Renováveis Podem Reduzir em 97% o Consumo de Água na Geração Elétrica Mundial

Além do seu papel fundamental na descarbonização do setor elétrico mundial, as fontes de energia verde também ajudariam a reduzir o seu consumo de água em até 97%. É o que mostra o resultado de um estudo feito por um time de pesquisadores da Universidade de tecnologia da Lappeenranta, na Finlândia, e divulgado na revista Nature Energy. De acordo com o estudo, para produzir os mesmos 1 megawatt-hora (MWh) de energia, a tecnologia fotovoltaica consome entre 2% e 15% da água utilizada por usinas nucleares e a carvão. Turbinas eólicas, por sua vez, consomem entre 0,1% e 14% dessa mesma quantidade. Segundo os pesquisadores, essa demanda insignificante de água representa um ganho duplo para as tecnologias renováveis, que já apresentam quase zero emissões de CO2 na geração. Somadas aos sistemas de energia solar para casas, que dominam a geração distribuída, essas tecnologias são a chave para a descarbonização do setor elétrico mundial. Para o estudo, o time coletou dados de 13.863 usinas termoelétricas acima de 50 Megawatts (MW) de capacidade, que juntas somaram mais de 4,1 Gigawatts (GW). Isto representa mais de 95% da geração térmica mundial, disseram os pesquisadores, que utilizaram essa informação para traçar projeções do consumo de água no setor elétrico mundial dentro do período 2015–2050. Caso o melhor cenário de políticas fosse adotado, o estudo afirma que o consumo de água na geração elétrica mundial poderia ser reduzido em 75,1% até 2030, em relação aos níveis de 2015. Para 2050 essa redução poderia chegar a 97,7%, mas exige que muitas termelétricas nucleares e por combustão fóssil sejam desativadas e substituídas por fontes de geração limpas. No entanto, o estudo revela que o gás natural continuará crescendo em regiões como a China, Coréia do Sul e Rússia, onde o consumo de água deverá permanecer grande. Em 2015, os Estados Unidos foi o maior consumidor de água para geração de energia convencional, com uma participação mundial de 35,7%, seguidos pela China com 31,5%. Os pesquisadores concluem que água poupada pelas fontes renováveis poderia ser destinada para a produção de alimentos ou para o cultivo de ecossistemas aquáticos. Fonte: INBS

Dia Mundial da Água – 22 de Março

O Dia Mundial da Água é lembrado anualmente pela ONU em 22 de março e, neste ano, tem como tema “Valorizar a água”. A data anual foi criada com o propósito de sensibilizar os líderes políticos e a sociedade civil para a conservação desse recurso fundamental para a manutenção da vida. O Relatório de Desenvolvimento Mundial da Água deste ano aborda a situação atual da água no planeta e a dificuldade de mensuração do seu real valor e benefícios para diferentes setores.  O documento nos mostra que o valor da água dependerá de uma série de fatores tais quais: a região em que se encontra, escassez e sua qualidade, além da sua proposta de uso e os benefícios advindos dela. A valoração da água pode parecer simples, mas, infelizmente, ela é complexa, porém, quem controlar como a água é valorada controlará como ela será usada. Reconhecer, medir e expressar os múltiplos valores da água, e incorporá-los aos processos de tomada de decisão, são fundamentais para alcançar uma gestão sustentável e equitativa dos recursos hídricos. Como você valoriza a água? A água é uma necessidade humana básica, necessária para beber e para apoiar o saneamento e a higiene, sustentando a vida, a saúde e a economia. O acesso à água e ao saneamento são direitos humanos. Entretanto, a sociedade que possui água em abundância normalmente se esquece de seu valor.  Em 2020, com o surgimento da COVID 19, a água tornou-se protagonista, colaborando para a prevenção da doença nos seres humanos. Com o investimento em saneamento básico e água tratada no mundo, estimado em cerca de US $ 114 bilhões por ano, obteria-se uma economia muito maior em investimentos em hospitais e remédios para os doentes. O cenário atual precisa ser alterado para que as próximas gerações! Valorize sua água Com o expertise de mais de 19 anos, a AcquaBrasilis desenvolve e executa projetos de Estações de Tratamento de Esgoto, Sistemas de Tratamento de Águas Cinzas para reuso e Aproveitamento e Gestão de Águas Pluviais, proporcionando resultados seguros e eficientes para centenas de clientes em todo o Brasil. A possibilidade de tratamento e reuso deste elemento natural permite a economia para o usuário e a preservação do recurso natural. Valorize sua água e conte com a AcquaBrasilis para a gestão hídrica nos seus empreendimentos.

Impactos das mudanças climáticas e do desenvolvimento econômico na demanda por água potável

De acordo com o estudo, espera-se um grande aumento na demanda pela água no Brasil somente em razão do crescimento econômico e da expansão demográfica.  Em agosto de 2020, o Instituto Trata Brasil lançou um novo estudo, intitulado de “Demanda Futura por Água Tratada nas Cidades Brasileiras – 2017 a 2040”, o qual mostra os cenários do consumo de água no futuro frente a novas perspectivas demográficas, econômicas e as mudanças climáticas. A pesquisa conta com importantes apoios acadêmicos, além do apoio institucional da organização The Nature Conservancy (TNC). O estudo teve como objetivo desenhar cenários de demanda futura de água nas moradias brasileiras até 2040, sob diferentes condições econômicas, demográficas e de padrão de consumo, visando amparar planejamentos de longo prazo em especial na gestão de recursos ambientais. De acordo com o estudo, os cálculos, para os próximos 23 anos (2017 a 2040), evidenciaram que espera-se um grande aumento na demanda pela água no Brasil somente em razão do crescimento econômico e da expansão demográfica. A demanda potencial de água pode atingir14,2 bilhões de m³ em 2040, indicando um acréscimo de 2,8 bilhões de m³ em relação à demanda de 2017. Esse é um volume tão grande que corresponde à soma do consumo de água de todos os municípios do Estado de São Paulo em 2017. Vale ressaltar também que caso a água seja plenamente atendida em 2040, algo que não ocorreu em 2017, será necessário entregar nas cidades brasileiras4,3 bilhões de m³ de águaa mais do que foi efetivamente entregue em 2017. O crescimento de demanda seria, portanto, de 43,5% em 23 anos, ou ainda, de 1,6% ao ano. Esse volume se aproxima da demanda efetiva dos estados de São Paulo e Minas Gerais em 2017. Também como forma de comparação, precisaríamos de mais de quatro Sistemas Cantareira mais só para atender a água adicional em 2040. Caso continuemos no mesmo caminho em que estamos, o estudo aponta que a produção necessária adicional de água seria de7 bilhões de m³ em 2040: 4,3 bilhões de m³ para suprir a demanda adicional e 2,6 bilhões de m³ de desperdícios. Deixando claro como o país deve se atentar a diminuição das perdas na distribuição. O que se desperdiçou de água tratada em 2017 (3,8 bilhões de m³) seria quase o suficiente para suprir a demanda incremental (4,3 bilhões de m³). Assim, as reduções das perdas são fundamentais para o equilíbrio hídrico das cidades brasileiras. Outro fator muito importante do estudo é a relação com às mudanças climáticas, o estudo apontou que houve um acréscimo de temperatura no país, usando os estados de São Paulo e Ceará entre 1980 e 2015 como parâmetros, o que mostra uma evolução real das mudanças climáticas no país. O estudo mostrou que o acréscimo de 1° C na temperatura máxima ao longo do ano até 2040 no Brasil elevaria o consumo de água em2,4%. Isso resultaria numa nova demanda, adicional às causadas pelos fatores econômicos e demográficos, próxima a343 milhões m³ por ano. E, se mantendo a atual ineficiência na distribuição da água potável, com perdas da ordem de 38%, a quantidade adicional de água a ser produzida seria de 556 milhões m³ por ano (343 milhões m3 para atender a população e 213 milhões m3 de perdas). Esse volume corresponde a uma demanda incremental maior que a exercida na cidade do Rio de Janeiro em 2017. Fonte: Trata Brasil

Águas de Joinville estuda privatização da companhia

Não será uma simples decisão administrativa. Será um embate político, onde há interesses divergentes em jogo: econômicos e ideológicos. A Cia. Águas de Joinville está fazendo estudos para definir qual seráo melhor modelo de gestão do saneamento no futuro. A análise técnica deverá ser finalizado em setembro deste ano e contempla, inclusive, a alternativa de privatização da companhia municipal. A informação é do presidente Giancarlo Schneider, nomeado para o cargo em janeiro. Executivo com 30 anos de experiência na iniciativa privada, era CEO da Kavo do Brasil. Atualmente, a Águas é empresa pública pertencente à prefeitura de Joinville e emprega 454 pessoas. Claro que uma decisão dessa magnitude, a mudar a estrutura organizacional – se vier a ser considerada como ideal pelas análises técnicas – passará pelo conselho de administração da Águas e pelo prefeito Adriano Silva. Não será uma simples decisão administrativa. Será um embate político, onde há interesses divergentes em jogo: econômicos e ideológicos. Cuidadoso, neste início de gestão, o novo presidente está mantendo a equipe que estava em cargos-chave na Águas. Sabe que não dá para mexer nas estruturas sem antes conhece-las muito bem. Em relação ao modelo gerencial (privatizar ou não) explica:  “Nas discussões faremos benchmarketing não só com companhias brasileiras, mas de toda a América Latina para encontrarmos o melhor modelo.” Antes mesmo de qualquer tomada de decisão a respeito (e isso costuma demorar) há urgências a serem equacionadas. Como o próprio presidente reconhece:  “Não podemos cometer o erro de desacelerar os investimentos. Até agora, 70% do que foi investido em saneamento, foi dinheiro da própria Águas de Joinville. Só 30% são recursos captados fora. A gente vai dar sequência aos investimentos.” O que está claro e muito bem retratado no levantamento do Instituto Trata Brasil, é a dificuldade de Joinville melhorar significativamente no quesito cobertura de esgoto. O indicador para o ano de 2020 – dados mais atualizados – revela que a mais populosa cidade catarinense figura na posição 85 entre as cem com maior cobertura de saneamento em todo o país. Significa dizer que estamos entre os 20 piores municípios brasileiros neste quesito. Apenas com 33% de esgoto tratado. E com perdas de água superiores a 40%, quando o índice mundialmente considerado adequado não passa de 15%. A tarifa de água também é pauta do novo presidente. Schneider diz que deseja “a cobrança de um preço justo para aqueles consumidores com renda menor”. Sim, este pode ser um caminho para dar mais justiça social. Ele sabe que também precisa melhorar a eficiência operacional para, então, melhorar o resultado. Antes de mais nada, Schneider está atento à velha questão do desperdício de água, fator de desgaste dos gestores, e fato incompreensível  dada a dimensão social e o seu impacto econômico-financeiro. “Isso tem muitas causas e, temos, aí, boas oportunidades de substituir equipamentos e reduzir as perdas.” Dados oficiais da companhia mostram que as perdas totais são de 42,19% em relação à quantidade total de água produzida. O índice de perdas na ligação é de 486,86 litros por ligação/dia. O dado indica que, em 2020, houve redução de perdas de 34 litros por ligação/dia. Mesmo assim, com algum avanço, os indicadores precisam melhorar. Por isso, Schneider entende que o plano de manutenção das redes e de todo o serviço de abastecimento de água é essencial. Em relação aos serviços feitos nas ruas, esburacando vias, Schneider é claro: “temos de fazer um trabalho integrado com outros órgãos da prefeitura, em especial com a Secretaria de Infraestrutura.” A prioridade à frente da equipe, é elevar a cobertura de esgoto na cidade. Atualmente inferior a 40%, a meta é chegar a 75% daqui a quatro anos. ” Para auxiliar nisso, o marco regulatório de saneamento, vai ser muito importante. Estamos revisando o plano estratégico para nos adaptarmos ao que determina o marco legal, que estabelece que em 2033, Joinville tenha 90% de cobertura de esgoto”, diz Schneider. O novo dirigente explica que com o marco regulatório fica permitida a busca por financiamentos:  “A situação de capacidade de endividamento da Águas de Joinville é boa e estamos conversando com o BID e com o BNDES.” O trabalho será árduo.Joinville está na lista dos20 piores municípios em esgotamento sanitário já faz oito anos, diz o estudo do Trata Brasil. O que ficou claro até agora, é a incapacidade do poder público em avançar de maneira consistente na melhoria dos padrões desaneamento básico. Nem Casan, no passado;nem a Cia. Águas de Joinville deram conta de resolver esse grande passivo ambiental.  Para a população não importa quem administra o sistema; importa que a qualidade do serviço seja de boa qualidade a preços justos. Fonte: NSC Total

Por que grande parte dos rios urbanos estão em condições tão degradantes?

Exemplos mostram que investimentos públicos em saneamento básico têm retornos imediatos na saúde e na qualidade de vida Em algum momento você já deve ter passado próximo a um córrego com forte odor, com as margens ocupadas por habitações subnormais e repleto de entulho boiando em suas águas escuras. Por que a água doce, líquido tão precioso, bem natural indispensável à existência humana, é tratado desta maneira? Não é possível considerarnaturale tampouco aceitável viver em cidades cujos rios e córregos encontram-se em condições de abandono e degradação. Mas por que isso ocorre? Muitas das formas como as cidades tratam seus rios vêm mudando ao longo das últimas décadas à medida que somos forçados a encarar as consequências de políticas públicas alheias às questões ambientais e de ocupação irregular do solo urbano. Trata-se de uma reflexão sobre a maneira como se dá o processo de urbanização brasileiro e o enfrentamento das questões globais sobre saneamento e riscos à saúde da população. A resposta para a questão do cheiro horrível que exala das águas dos nossos rios está diretamente relacionada às questões de ausência de saneamento básico. É uma situação grave pois, para além do cheiro ruim, as condições das águas afetam diretamente a saúde da população e a qualidade de vida urbana. Embora direito assegurado pela Constituição e definido pela Lei nº. 11.445/2007, apenas a metade da população brasileira tem coleta de esgoto. Dito de outra forma, são cidadãos brasileiros que, além de não terem coleta e tratamento de esgoto, também não têm o lixo de suas casas e de suas ruas recolhido, tratado e encaminhado para instalações de manejo de resíduos sólidos como aterros sanitários. Isso mesmo: mais de 100 milhões de brasileiros não têm, por exemplo, onde deixar o lixo gerado em suas casas. O que fazer com o lixo? Deixar acumular? Jogar nas águas dos rios? O que esperam os gestores de nossas cidade e estados?   Relatório divulgado em 2017 pela Agência Nacional de Águas – ANA, o Atlas Esgotos – Despoluição de Bacias Hidrográficas, mostrava que 81% (4.490 de 5.570) dos municípios despejam pelo menos 50% do esgoto que produzem diretamente em cursos d’água próximos, sem submetê-los a qualquer trabalho de limpeza. Cerca de9,1 toneladas de esgoto sanitário são produzidas diariamente. De acordo com o Instituto Trata Brasil, 55% dele não é tratado. É como se 6000 piscinas olímpicas cheias de esgoto fossem lançadas nos rios e córregos de nossas cidades diariamente. Não é difícil entender o porquê da morte dos rios brasileiros. Pelos dados citados, tem-se a impressão de que osrios que atravessam a cidade têm a função de diluir osefluentes residenciais e industriais neles lançados. Tratamento e ligação de esgoto nas residências é fundamental. Mas como realizar esse trabalho se um número significativo de habitações nas cidades brasileiras encontra-se à margem da regulação urbanística? Ainda assim, como convencer proprietários que têm a posse legal a autorizar a ligação para a coleta de esgoto em suas casas se a conta virá mais cara ao final do mês? Saneamento básico associado a políticas habitacionais eficazes andam juntas. Muitos são os exemplos de rios que atravessam cidades e que, com esforço de governos de países e cidades, requalificaram suas águas para usos ambientais, culturais e recreacionais, incluindo mobilidade e produção de alimentos. Vontade política para realizar obras deste porte são necessárias. Exemplos como os dos rios Reno (Alemanha, Suíça e Holanda), Tâmisa (Londes), Sena (Paris) e Cheonggyecheon (Seul), realizada em menos de dez anos, envolveram esforços conjuntos entre a iniciativa privada, populações e governos para despoluir suas águas e requalificar suas margens. No Brasil, também podemos encontrar exemplos bem sucedidos. Em São Paulo, temos o Parque Linear Banal-Canivete, implantado em 2012 e que está localizado no Jardim Damasceno, zona norte da cidade. Local carente de espaço livres públicos para o uso da população desencadeou uma série de mudanças nas dinâmicas sociais locais, que passaram a utilizar com intensidade suas praças e equipamentos de recreação. A produção de novos espaços públicos gera encontros comunitários e sociais, contribuindo para a qualidade de vida urbana e interferindo positivamente nas questões ambientais por meio da redução da temperatura, melhoria da qualidade do ar, absorção das águas das chuvas e redução do número de pontos de enchentes, entre outros benefícios. Além dele, está prevista a implantação do Parque Linear do Rio Pinheiros. Este último pretende criar espaços diversificados mesclando usos recreativos e culturais que foram associados à despoluição do rio por meio obras de esgotamento sanitário e requalificação das margens, impactando positivamente na vida da população que reside e trabalha em seu entorno. Em Belo Horizonte, Minas Gerais, a construção do Parque do Córrego 1° de Maio melhorou aqualidade das águas do córrego e reduziu os riscos de inundações, além de ter proporcionado espaços para o lazer e recreação da população local, que não dispunha de equipamentos urbanos qualificados para esse tipo de uso. Investir em saneamento básico é o mínimo que se espera de um município, de um estado e de um país civilizado. Rios que poderiam abastecer populações não podem ser responsáveis pelo adoecimento dos moradores que encontram-se em suas margens. São espaços livres públicos vegetados e permeáveis que cumprem papel importantíssimo na qualidade de vida urbana e na sustentabilidade urbana. Fonte: Jovem Pan

Estação de tratamento de esgoto garante água limpa para irrigação de hortaliças

Um experimento realizado em uma área de 200 m2 cultivada com alface tem comprovado a eficácia de um protótipo de estação de tratamento de esgoto sanitário. Os pesquisadores obtiveram resultados parciais promissores ao analisar o padrão de qualidade da água residuária a ser utilizada para irrigação das plantas. Trata-se do primeiro passo no processo de validação do modelo de estação de tratamento de esgoto (ETE) de baixo custo proposto por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Embrapa Hortaliças (DF), em parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). Os ensaios avaliaram a qualidade da água residuária e estabeleceram comparações com a água proveniente de um córrego das proximidades dos campos experimentais. “Em todas as parcelas cultivadas com alface, independentemente da fonte da água de irrigação ou do sistema de produção, o resultado foi idêntico: não houve contaminação nem qualquer diferença nos índices de produtividade”, assegura o engenheiro ambiental Carlos Eduardo Pacheco, pesquisador da Embrapa. Os plantios de alface foram irrigados por gotejamento porque a água residual entra em contato com o solo e não com as folhas, o que minimiza o risco de contaminação. “Quando se utiliza reúso de efluente tratado para irrigar hortaliças, por uma questão de segurança adicional, não se recomenda a irrigação por aspersão diretamente nas folhas, ainda que o efluente tratado apresente máxima qualidade”, adverte o pesquisador. Além da verificação das duas fontes de águas para irrigação das alfaces, a pesquisa também testou a qualidade do solo e diferentes tipos de cobertura, sendo: solo nu como base de comparação, plantio direto com milheto, mulching plástico preto, e mulching plástico dupla face. Todos os sistemas apresentaram índices de produtividade semelhantes e plantas com qualidade microbiológica adequada ao consumo. Não foi detectada em qualquer parcela a presença de coliformes termo tolerantes nas alfaces colhidas, o que seria impedimento para a comercialização das hortaliças. Esse resultado preliminar já atesta a eficiência da qualidade da água gerada pela estação de tratamento. “No efluente tratado, nós alcançamos 100% de eficiência na remoção de coliformes totais, das bactérias do gênero Salmonella e da Escherichia coli, e de ovos de vermes parasitas como lombrigas e tênias”, afirma Pacheco. A pesquisadora da Embrapa da área de Ciência e Tecnologia dos Alimentos, Lucimeire Pilon, que realizou as análises microbiológicas das alfaces colhidas, confirma: “não houve contaminação nas folhas por essas bactérias nocivas, e as alfaces mostraram-se seguras para o consumo humano”. Baixo custo e mais famílias atendidas De acordo com os pesquisadores, o protótipo em escala real, localizado nos campos experimentais da Embrapa Hortaliças, foi desenvolvido não apenas para possibilitar o reúso do efluente tratado em irrigação de cultivos de hortaliças, mas também para entregar um sistema de tratamento eficiente e de baixo custo que pudesse ser construído com materiais de fácil acesso e adotados por comunidades rurais e povos tradicionais como indígenas e quilombolas que, na maioria das vezes, não são atendidos por serviços de saneamento básico. A estação de tratamento possui uma configuração compacta e foi dimensionada para dar vazão a um fluxo de efluentes gerado por até 500 pessoas, o que equivale a um volume diário de 50 m3 (50 mil litros), tendo seu custo de implantação estimado em R$ 80 mil. “O sistema em questão apresenta um custo significativamente inferior aos modelos de tratamento de efluentes individuais, que geralmente atendem somente a uma família. Há a possibilidade de escalonar esse resultado para todas as famílias integrantes de uma comunidade, com a ETE dimensionada de acordo com o número de beneficiários. Ou seja, pode-se atender mais pessoas com um investimento comparativamente menor ao dos sistemas individuais”, analisa Heithel Silva, coordenador técnico do IICA-Brasil, que representa a instituição nessa parceria, juntamente com o agrônomo Rodolfo Daldegan, especialista em Projetos do mesmo instituto. Com o sucesso dos primeiros resultados do reúso das águas residuais nos plantios de alface, os testes de validação devem ser expandidos ao longo de 2021 com a instalação de estações de tratamento em comunidades rurais do semiárido nordestino. O primeiro município que receberá uma unidade de validação da ETE será Petrolina (PE), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), a Embrapa, o IICA e órgãos públicos municipais. Inclusão produtiva de comunidades Como a viabilidade da ETE passa também por uma questão estrutural, uma vez que tem que haver uma rede de captação de esgoto para ser conectada à estação, é fundamental uma articulação entre as instituições de pesquisa, enquanto provedores da tecnologia, e os órgãos públicos para que seja possível a adoção pelas comunidades isoladas. “Um projeto com esse arranjo promove, além de questões sobre saneamento, tratamento e reutilização do efluente tratado, novos horizontes para a inclusão produtiva dessas comunidades, aliando preceitos que garantem a segurança alimentar e nutricional advinda da diversificação de cultivos que anteriormente não eram passíveis de trabalho devido à escassez de água e contaminação de corpos hídricos próximos”, pondera Heithel. Parceiros desde a primeira hora, da concepção à implementação da ETE, segundo ele, o IICA compôs um grupo integrado pela Sede Central do Instituto, na Costa Rica, que confirmou o interesse de internacionalizar a tecnologia, não só para a América Latina, mas também para o Caribe, principalmente devido aos resultados promissores e seu impacto positivo para o desenvolvimento do meio rural e respeito ao meio ambiente. Solução para o saneamento e o déficit hídrico Os pesquisadores entendem que a oferta de uma estação de tratamento de esgoto (ETE) de baixo custo e de dimensões compactas pode não somente originar uma nova fonte de água para a irrigação de hortaliças em locais em que há escassez hídrica, como também evitar que o esgoto não tratado seja direcionado para corpos d’água e cause contaminação ambiental. Estatísticas do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS (2018) indicam que pouco mais da metade da população brasileira possui acesso à coleta e ao tratamento adequado de esgoto, sendo que esses índices são bastante dependentes do tratamento ofertado às grandes e médias cidades. Por exemplo, as regiões com maior percentual da população atendida por serviços de tratamento de esgoto são: Sudeste (79,2%), Centro-Oeste (52,9%) e Sul (45,2%). Os índices do Nordeste (28%) e do Norte (10,5%) evidenciam a carência desse serviço nessas regiões. De acordo com Pacheco, as populações

Reúso como alternativa para a escassez de água

O Brasil é um país com abundância de água, mas há regiões, principalmente as metrópoles e áreas próximas, que possuem grande dificuldade com seu abastecimento, seja por perdas ou até mesmo insuficiência de tratamento ou de oferta de água potável  O Brasil é um país com abundância de água, mas há regiões, principalmente as metrópoles e áreas próximas, que possuem grande dificuldade com seu abastecimento, seja por perdas ou até mesmo insuficiência de tratamento ou de oferta de água potável.Entretanto, segundo Emílio Bellini, diretor da Alphenz Engenharia, grande parte dessa demanda não requer uma qualidade de água potável, sendo possível utilizar águas residuárias, como esgoto sanitário ou efluentes industriais, que após tratamento atinge uma qualidade que embora não seja potável é apta para muitas demandas. De forma simples, a água de reúso é proveniente de uma água que já foi extraída da natureza, tratada, consumida e gerada como esgoto e passando um tratamento específico para ser adequado a usos não potáveis. São tratadas em Estações de Tratamento com capacidade de garantir características suficientes para sua finalidade.“Esses efluentes tratados são denominados água de reúso, sendo encaminhados diretamente para o ponto de consumo não potável. Portanto, grandes volumes de esgoto deixam de ser lançados no meio ambiente” – enfatiza Renan Hiroshi Saito, gerente de novos negócios da General Water. Vale ressaltar que no Brasil, a água de reúso é somente utilizada para atividades que não possuem contato com o ser humano. O engenheiro José Carlos Mierzwa, coordenador de projetos do CIRRA – Centro Internacional de Referência em Reúso de Água, afirma ainda que com os problemas de escassez desse item tão importante, na maioria dos casos associados ao aumento da demanda e poluição dos corpos hídricos pela expansão urbana, duas ações são relevantes. Uma que aborda o problema da demanda, ou seja, adoção de ações que reduzam o consumo de água por meio da utilização de equipamentos mais eficientes, e a outra relacionada a melhoria dos índices de coleta e tratamento de esgotos. No que que se refere ao tratamento dos esgotos, ele afirma que é necessário considerar o uso de tecnologias que efetivamente reduzam o potencial de contaminação dos esgotos, o que é possível em função da inovação tecnológica ocorrida mundialmente, mas com aplicação ainda limitada no país, em função de interpretações equivocadas sobre a sua utilização. “Com o aprimoramento dos processos de tratamento de esgotos viabiliza-se a obtenção de uma água tratada com qualidade adequada para ser utilizada em muitas aplicações, além de contribuir para a redução da poluição dos corpos hídricos disponíveis. Neste sentido, há a ampliação da oferta de água nas regiões com problemas de escassez, seja por meio da prática do reúso direto ou indireto” – destaca Mierzwa.  Nesse sentido, o reúso pode contribuir tanto para redução da captação de água dos mananciais, como ampliar a disponibilidade dela. “É um processo muito importante, pois permite a substituição de parte da água potável em algumas finalidades que não precisam da potabilidade. Isto reduz o volume de abastecimento, tirado dos corpos hídricos (rios, represas, lagos) e preserva os recursos hídricos naturais disponíveis para fins mais nobres, onde a potabilidade é exigida, como no consumo humano e animal e utilização com contato humano direto” – completa Sibylle Muller, engenheira da AcquaBrasilis Meio Ambiente.  Definição e principais características O reúso de água pode ser definido como uma ação pela qual se recupera a água de uma determinada fonte e a utiliza para um uso benéfico, podendo ser para a agricultura e irrigação, para restauração ambiental, para o reabastecimento do lençol de água subterrânea, para os mais diferentes processos industriais e, inclusive, para abastecimento público. “Justamente por estas diferentes possibilidades, o reúso se torna cada vez mais viável” – completa Marcus Vallero, gerente comercial da Suez Water Technologies & Solutions. Essa prática consiste basicamente na substituição da fonte tradicional de água por efluentes ou esgotos tratados ou não. Em atividades industriais, por exemplo, são gerados efluentes com características variadas, sendo que alguns processos geram grandes quantidades de efluentes com baixa carga de poluentes, o que possibilita a utilização em outra atividade que requer uma água com padrão de qualidade menos restritivo, é o que se chama de reúso direto ou em cascata. Outra condição de reúso é quando existe uma estação de tratamento e a qualidade do efluente tratado é compatível com os requisitos exigidos para uma atividade específica, sendo essa, a forma mais conhecida do reúso. Vallero explica que as categorias de aplicações de água de reúso a partir de águas servidas são muito vastas e já amplamente praticadas no âmbito das cidades, das indústrias e na agricultura. A mais praticada é para a irrigação, tanto para a agricultura quanto para os ditos usos recreacionais, como a irrigação de plantas ornamentais ou enchimento de lagoas ornamentais, campos de esporte, parques e outros equipamentos urbanos.A segunda mais praticada é o reúso de água para fins industriais. Essa água é tipicamente utilizada para o make-up de torres de resfriamento, make-up de caldeiras, água de processo e para usos não potáveis. Para cada aplicação, normalmente há especificações de qualidade, o que determina a seleção das tecnologias para se alcançar a requerida qualidade. Outras aplicações podem incluir a recarga de aquíferos, reúso recreacional e outros não-potáveis, como para combate ao incêndio.No passado o reúso era abordado de uma forma na qual eram feitas categorizações, como reúso não potável e potável, direto ou indireto, planejado ou não planejado. Além disso, também era classificada em função da atividade, reúso urbano, industrial e agrícola. Havia ainda uma distinção entre reciclagem e reúso, ou seja, se água de reúso era utilizada na própria atividade ou instalação onde o efluente foi gerado, ou se a água de reúso é utilizada em uma atividade distinta daquela que originou o efluente. De acordo com Mierzwa, atualmente quando se fala em reúso, deve-se considerar que é uma ação planejada, com o objetivo de atender demandas específicas para manter apenas duas categorias, a não-potável e a potável. No caso do reúso não potável, a legislação brasileira está consolidando duas classes

O poder de transformação do saneamento

Os recentes leilões para concessão dos serviços de saneamento em Alagoas e no Espírito Santo demonstram que estamos no caminho certo para a universalização dos serviços de abastecimento de água e cobertura de 90% da rede de esgoto até 2033, conforme metas estabelecidas pelo Novo Marco Legal do Saneamento. Com a participação de pesos-pesados do setor, as vencedoras apresentaram propostas audaciosas e revelaram o apetite do mercado para um dos segmentos menos desenvolvidos na infraestrutura brasileira até o momento. Em Maceió (AL), a proposta vencedora apresentou outorga de aproximadamente R$ 2 bilhões ante o valor mínimo da disputa de R$ 15,1 milhões. Na PPP de Cariacica (ES), os investimentos devem alcançar R$ 580 milhões em infraestrutura de saneamento básico ao longo dos 30 anos de contrato. A vencedora tem o compromisso de investir R$ 180 milhões nos primeiros cinco anos do projeto. Esses são apenas dois dos exemplos da movimentação do setor para os próximos anos. Até o fim de 2021, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) prevê mais sete leilões com potencial para injetar até R$ 165 bilhões na economia. Tudo indica que entramos na era do acerto de contas com a nossa dívida histórica com o saneamento. Ainda vivenciamos um atraso de décadas que deixa mais de 35 milhões de brasileiros sem água potável e outros 100 milhões que vivem em moradias sem ligação a um sistema de coleta de esgoto. A incapacidade governamental de atender tantas e variadas demandas encontra no Novo Marco Legal um instrumento para substituir a letargia de anos pela eficiência, com planejamento e metas. Além de contribuir substancialmente para a redução das desigualdades no Brasil, o avanço dos empreendimentos em saneamento vai ter peso significativo para a retomada do crescimento econômico. Nos próximos 13 anos, o Plansab (Plano Nacional de Saneamento Básico) prevê investimentos na ordem de R$ 750 bilhões segundo estudo da Abcon (Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto). Do total, a previsão é de R$ 498 bilhões apenas para a ampliação das redes nos municípios brasileiros. O potencial econômico do avanço do saneamento traz reflexos diretos na construção civil e na indústria de equipamentos, mas as demandas devem alcançar outros setores como os de brita, pedras e aço. O estudo aponta ainda que para cada 1 real investido em saneamento para extensão de redes, aproximadamente 76 centavos movimentarão a construção civil e 6 centavos o setor de máquinas e equipamentos. Os impactos econômicos causados pela pandemia do novo coronavírus podem ser reduzidos com o avanço das obras em saneamento básico de Norte a Sul do país. O setor pode criar 14 milhões de empregos ao longo dos próximos anos, trazer inovação tecnológica significativa para as companhias brasileiras e torná-las ainda mais competitivas no mercado internacional. No total, o setor de saneamento deve movimentar indiretamente R$ 1,4 trilhão na economia. Nas regiões metropolitanas, os projetos para a redução de perdas hídricas devem ganhar impulso nos próximos anos, promovendo maior dinamismo econômico. As cidades brasileiras têm 38,45% de média de perdas, o que representa um grande desperdício de água captada, tratada e potável. Estamos deixando o dinheiro escorrer nos vazamentos. O avanço do saneamento é um dos principais pilares para deixarmos de ser uma sociedade em desenvolvimento e nos tornarmos uma nação que oferece amplas oportunidades e igualdade para os seus cidadãos. Com o Novo Marco Legal, vamos finalmente conseguir tirar do papel os projetos que realmente farão uma grande transformação no Brasil. Fonte: Jornal Dia Dia 

Descarte incorreto de resíduos compromete bom funcionamento da rede de esgoto

O descarte incorreto de resíduos pode acarretar o entupimento das ligações ou das redes, o extravasamento das tubulações e até mesmo o retorno do esgoto para dentro dos imóveis. Fernando Cortez, coordenador operacional da BRK Ambiental, ressalta que com a pandemia, as pessoas têm passado mais tempo em casa e os cuidados precisam ser redobrados. “É fundamental que a rede esteja em boas condições e ainda mais importante no verão, já que a estação é marcada pelo aumento do volume de chuva”, orienta. Ele destaca ainda uma outra prática bastante nociva, que é a interligação indevida e irregular da água de chuva na rede de esgoto. “Essa atitude, muitas vezes causada por desconhecimento sobre o assunto, assim como as ligações clandestinas, são proibidas por lei. É algo que pode causar o entupimento e o extravasamento do esgoto em vias públicas e pelos ralos e vasos sanitários de domicílios, estabelecimentos comerciais e indústrias. As redes de esgoto são projetadas para receber, exclusivamente, o efluente dos banheiros, das pias e da cozinha”, explica. Programa de Vistoria Residencial A concessionária, por prestar um serviço essencial de saneamento ao município de Cachoeiro de Itapemirim, realiza o Programa de Vistoria Residencial, com o objetivo de orientar a população sobre as medidas necessárias para evitar problemas na rede de esgoto. O trabalho inclui a realização de vistorias no interior dos imóveis. A equipe da BRK Ambiental visita as residências devidamente identificada e seguindo todos os protocolos sanitários e de higienização recomendados contra a Covid-19. Medidas para evitar problemas nas redes de esgoto: O óleo de fritura, depois de utilizado no preparo dos alimentos, deve ser armazenado em garrafas plásticas e entregue nos pontos de coleta para que seja destinado a empresas que o adotam como matéria-prima. Faça uso das caixas de gordura e mantenha-as sempre limpas, para evitar transtornos com as tubulações de esgoto dentro dos imóveis. Todo imóvel deve ter uma caixa de inspeção ou Terminal de Inspeção e Limpeza (TIL) acessível na calçada ou próxima a ela, para que seja possível identificar problemas no esgotamento e realizar a manutenção das ligações de esgoto. Todo imóvel deve manter separada a rede de esgoto das tubulações de água pluvial (água de chuva). Em casos de entupimentos, extravasamentos ou retornos de esgoto, a população pode comunicar o fato à empresa por meio dos canais de atendimento remotos, como o telefone gratuito 0800 771 0001 ou pelos perfis da empresa nas redes sociais. Fonte: ES Hoje 

Saneamento é o setor que mais atrai atenção, diz secretário

O saneamento básico é o segmento que mais tem despertado o interesse de investidores estrangeiros que buscam informações no governo sobre infraestrutura, revelou o secretário de Desenvolvimento da Infraestrutura do Ministério da Economia, Gabriel Fiuza, em evento on-line realizado na semana passada. “Noventa por cento das perguntas são sobre saneamento e uns 8% sobre o setor elétrico. A grande preocupação é essa. E agora temos que fazer o nosso dever de casa”, disse, referindo-se à regulamentação da Lei nº 14.026/20, que instituiu o marco regulatório do setor. De acordo com Fiuza, o novo marco do saneamento está “longe de ser uma batalha ganha”, devido ao demorado e complexo processo de regulamentação da lei. Para ele, é crucial a publicação do decreto de avaliação econômico-financeira das empresas, o que o governo prometeu fazer no ano passado mas adiou devido a divergências entre os ministérios da Economia e do Desenvolvimento Regional. O decreto definirá o tamanho da abertura dado ao mercado de saneamento para as empresas privadas, a depender dos critérios a serem cumpridos pelas empresas para ampliarem sua atuação em novas áreas. O secretário pediu contribuições para a elaboração das normas de referência setoriais, a cargo da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) desde a criação do marco regulatório. Pela proposta, a agência reguladora federal terá de criar atos normativos que as agências dos estados e municípios deverão seguir, tornando os governos locais habilitados a receber recursos federais.   Captação Autorizada O Ministério do Desenvolvimento Regional autorizou a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) a captar até R$ 516 milhões para ações de ampliação da oferta de abastecimento de água potável e de coleta e tratamento de esgoto. Os recursos também poderão ser utilizados na busca da redução de perdas nos sistemas de abastecimento de água. Projetos em andamento vão beneficiar cerca de 2,5 milhões de pessoas em 20 municípios do estado. O aporte total de recursos pode chegar a R$ 578 milhões, contando com investimentos e financiamentos feitos pela própria companhia. Os recursos autorizados pelo ministério poderão ser obtidos no mercado por meio da emissão de debêntures incentivadas (títulos privados de renda fixa que permitem às empresas captar dinheiro de investidores para financiar seus projetos). Os valores captados terão de ser empregados em obras de infraestrutura, com isenção ou redução do Imposto de Renda sobre os lucros obtidos pelos investidores. Fonte: O Brasilianista.