Estudo indica que 8% da superfície terrestre pode afundar em menos de 20 anos

Até 2040, pelo menos 8% da superfície terrestre deve afundar, segundo um estudo publicado na revista científica Science. A pesquisa sugere que cerca de 12 milhões de quilômetros quadrados de terra estão ameaçados, com uma probabilidade de isso acontecer que passa dos 50% – e que afetaria mais de 635 milhões de habitantes. Segundo os pesquisadores, o problema será causado por um fenômeno geográfico conhecido subsidência, causado pelo rebaixamento da superfície de um terreno por conta da extração de água, petróleo e gás do subsolo subterrâneo. As áreas mais afetadas, de acordo com os estudos, serão as próximas a locais urbanos e irrigados, com alto nível de estresse de água e grande demanda em relação à água encontrada no subsolo, como, por exemplo, locais na Ásia e na América do Norte. “A subsidência reduz permanentemente a capacidade de estoque do sistema aqüífero, causando fissuras na terra, prejudicando prédios e infraestruturas civis, além de aumentar a suscetibilidade e o risco de inundações”, explicam os pesquisadores. A demanda por água subterrânea já tem causado implicações sérias para a humanidade – e deve aumentar nas próximas décadas. A cidade que afunda mais rápido no mundo inteiro está localizada no Irã e, a cada ano, fica 25 centímetros mais funda por conta de um bombeamento irregular. Na Europa, o local mais impactado são os Países Baixos, onde a subsidência é responsável por colocar 25% do país abaixo do nível do mar, o que aumenta o risco de inundações. Em outros continentes, como é o caso da África, da Austrália e da América do Sul, os riscos da subsidência são menores devido ao esgotamento das águas subterrâneas. Os maiores riscos para a população estão na Ásia (com 86% da população provavelmente exposta à subsidência) e na América do Norte e na Europa (ambos continentes com 9%). Os resultados, de acordo com os pesquisadores, mostra que 97% da população exposta globalmente está concentrada em 30 países – sendo que a Índia e a China são as líderes em termos de extensão e população exposta. Fonte: Exame
Por que falta água na Amazônia

No Brasil, o saneamento básico é um direito assegurado pela Constituição, mas, em pleno 2021, esse ainda é um dos nossos grandes desafios. Há pelo menos um ano, todo mundo fala em lavar as mãos como o cuidado mais básico para evitar o contágio pelo novo coronavírus. No entanto, para quase 35 milhões de brasileiros o abastecimento de água tratada não é uma realidade. Além disso, os números escancaram a diferença entre as regiões. Segundo o Trata Brasil, que faz um levantamento anual, enquanto no Sudeste mais de 90% da população tem água tratada, no Norte só 57% das pessoas têm acesso a esse serviço. Se falamos de esgoto, a situação na região é ainda pior: pouco mais de 10% da população é atendida por uma rede de coleta. Segundo o Trata Brasil, 633 milhões de pessoas no mundo continuam sem acesso a uma fonte de água potável e há 2,4 bilhões de pessoas no mundo vivendo sem saneamento adequado. Esse é um assunto tão importante que está entre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU — é o número 6 da lista. Voltando ao Brasil, a pergunta é: como pode ser possível que um país banhado por rios sofra com falta de água e esgoto? Basicamente, porque, historicamente, nossos governos não investiram o suficiente na construção e manutenção de infraestruturas que garantam esse abastecimento, especialmente nas regiões mais pobres, que também não são a prioridade de investimento do setor privado. “As carências de saneamento no nosso país estão justamente onde vivem as pessoas mais pobres, nas favelas, nos morros, nas palafitas, nas periferias das grandes cidades e na área rural, que não são localidades que garantem o lucro que o setor privado almeja”, explica o secretário-executivo do Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (Ondas), Edson da Silva. Ou seja, para que o desenvolvimento chegue a essas regiões, elas precisam, primeiro, ter infraestruturas básicas. O que podemos fazer para resolver o problema? Para Edson da Silva, a população que vive nas áreas mais carentes tem muito a nos ensinar sobre as soluções e o primeiro passo é ouvi-la. Além disso, ele acredita que o poder público precisa investir em um programa de revitalização dos operadores e garantir recursos perenes para essa área. Os números mostram que investir em saneamento compensa. A Organização Mundial da Saúde estima que, no Brasil, cada R$1 investido em saneamento poderia gerar uma economia de R$4 na saúde. Se falarmos em Amazônia, por exemplo, no lugar de investir em projetos milionários com alto impacto social e ambiental, fica claro que nossos governos precisam, primeiro, pensar em obras de infraestrutura que realmente melhorem a qualidade de vida de quem vive na região. Além disso, precisamos lembrar que a parte social é um pré-requisito para resolver a questão ambiental. Afinal, o investimento em infraestrutura também gera outros empregos que não sejam relacionados à destruição da floresta. Empregos esses que são pulverizados em várias localidades e não em um só lugar, como na construção de uma hidrelétrica. E muitos desses postos de trabalho são permanentes, com pessoas que vão trabalhar na manutenção da rede de saneamento e toda a cadeia do turismo, que também se torna um investimento mais interessante onde há infraestrutura básica. Esse é o assunto do sétimo episódio do podcast Infraestrutura Sustentável, que foca na Amazônia, mas também explica porque o Novo Marco Legal do Saneamento, aprovado em julho de 2020, não contribui muito para melhorar a situação. O programa pode ser ouvido no Spotify e também no site do GT Infra. “Um país só atinge o seu grau pleno de desenvolvimento quando ele não tiver mais nenhum homem, nenhuma mulher, nenhum idoso e nenhuma criança sem acesso à água e ao esgoto”, afirma Edson da Silva. Fonte: Exame
Pior crise hídrica em 91 anos impulsiona mercado de GNL no Brasil

A pior crise hídrica do Brasil em quase um século tem impulsionado a demanda do país por gás natural liquefeito. Com a menor geração de energia hidrelétrica, o país tem recorrido às usinas termelétricas, em parte, dependentes do combustível importado. Os desembarques de GNL dos EUA bateram recorde neste ano e a Petrobras está buscando mais quatro carregamentos da commodity no mercado à vista. A baixa dos reservatórios acontece em meio ao declínio da produção de gás da Bolívia, o maior fornecedor do Brasil. A estiagem também afeta outros países da América do Sul. O Chile está no mercado em busca de GNL e operadores especulam que a Argentina pode ser a próxima. “A América do Sul está ficando sem energia hidrelétrica por causa do clima seco, e não ficaria surpreso se compradores de toda a região estiverem comprando mais GNL”, disse Henning Gloystein, diretor global de energia e recursos naturais da consultoria Eurasia Group. “Além do Sudeste Asiático e da Índia, a América do Sul é uma área em crescimento para a demanda por gás.” As usinas hidrelétricas respondem por cerca de 70% da energia produzida no Brasil. Com a falta de chuvas, o país já importou 34 carregamentos de GNL dos EUA nos últimos seis meses, segundo dados compilados pela Bloomberg. Como comparação, 17 cargas foram enviadas para o Chile e apenas quatro para o México, durante muito tempo o principal cliente dos americanos no hemisfério ocidental. As importações brasileiras se aproximam dos níveis tipicamente vistos apenas por clientes da Ásia e da Europa. Há mais por vir. A Petrobras busca dois carregamentos para julho e mais dois para agosto, de acordo com tradings a par da licitação. A GNL Chile também quer comprar uma carga para meados de julho, enquanto a Argentina, com a chegada do inverno, pode em breve lançar uma terceira licitação para comprar o combustível nesta temporada, disseram operadores. Dependente do clima Resta saber por quanto tempo o aumento da demanda vai durar. As chuvas podem retornar e reabastecer os reservatórios, disse Ross Wyeno, analista de GNL da S&P Global Platts. Os reservatórios hidrelétricos do Brasil estavam cerca de 45% cheios em uma base média ponderada, em comparação com a média de cinco anos de cerca de 53%, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). “Embora o Brasil tenha importado muito GNL dos EUA este ano, não é um comprador consistente, já que sua demanda é em grande parte impulsionada pela produção de energia hidrelétrica”, disse Wyeno. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tem uma visão diferente. Segundo ele, o país continuará sendo um grande mercado para o GNL nos próximos anos, principalmente devido ao papel fundamental do combustível na transição energética. A participação da energia hidrelétrica na matriz energética do Brasil deve cair para 49% até o final da década em relação a 70% agora, segundo o Ministério de Energia. O gás natural pode aumentar sua fatia no mercado dos atuais 6% para 15%. De olho no potencial do mercado brasileiro, a New Fortress Energy adquiriu no começo do ano uma série de ativos de gás no país que pertenciam a uma parceria entre a Golar LNG e a Stonepeak, em uma transação avaliada em US$ 3,1 bilhões. “O gás terá uma expansão natural nos próximos 10 anos”, disse Albuquerque. “O mercado brasileiro é competitivo porque tem grande demanda. Há oportunidades para todos.” Fonte: Exame
REÚSO É O PROCESSO DE UTILIZAÇÃO DA ÁGUA POR MAIS DE UMA VEZ, TRATADA OU NÃO, PARA O MESMO OU OUTRO FIM. ESSA REUTILIZAÇÃO PODE SER DECORRENTE DE AÇÕES PLANEJADAS OU NÃO.

A água de reúso tratada é produzida dentro das estações de tratamento e pode ser utilizada para inúmeros fins, como em empresas de geração de energia, de refrigeração de equipamentos e em diversos processos industriais. Pode, também, ser aproveitada por prefeituras, setor hoteleiro e entidades que usam a água de reuso para lavagem de ruas e pátios, para irrigação/rega de áreas verdes, desobstrução de rede de esgotos e de águas pluviais e para lavagem de veículos.A escassez de água nos grandes centros urbanos e o aumento de custos para sua captação posterior tratamento cada vez mais complexo devido ao aumento do grau de poluição das fontes de água, faz do reúso de água um tema de enorme importância nos dias atuais. VantagensA grande vantagem da utilização da água de reúso é a de preservar água potável exclusivamente para atendimento de necessidades que exigem a sua potabilidade, como para o abastecimento humano. Entre outras vantagens, está a redução do volume de esgoto descartado e a redução dos custos com água e esgoto e energia elétrica para acionar as estações de bombeamento.A água já utilizada (água residuária) é coletada e encaminhada, por meio de tubulações, a uma central de tratamento. Depois de tratada e com seus parâmetros de qualidade ajustados à finalidade a que se destina, a água é encaminhada para o consumo de reúso. No caso dos efluentes domésticos, pode-se fazer o reúso do esgoto bruto e da chamada água cinza, que é a parte do esgoto que vem de chuveiros, lavatórios e lavagem de roupas, excluindo-se o que vem de vasos sanitários e de cozinhas.Na maior parte dos casos de reúso em empreendimentos comerciais e residenciais, privilegia-se o reúso da água cinza, que é coletada em tubulações separadas das demais, que levam a água para o ponto onde fica instalado o sistema de tratamento. Em geral, a central de tratamento fica na parte baixa dos prédios e a água, após tratamento, é bombeada, de volta, para o abastecimento dos pontos de consumo de água não potável, como a descarga de vasos sanitários, rega de jardins e canteiros, lavagem de pisos e calçadas, reposição de água em sistemas de refrigeração, lavagem de veículos.De acordo com Sibylle Muller, engenheira da AcquaBrasilis Meio Ambiente, empresa especializada no tratamento de esgoto doméstico, o principal benefício do reúso de água é preservar os recursos hídricos do Planeta e permitir que a chamada água potável seja direcionada apenas para as finalidades mais nobres, como as de consumo humano e animal e as de contato direto com as pessoas.“Tendo em vista os altos preços da água potável e, substituindo-se por água de reúso, os volumes de água geralmente usados em todos os fins em que a potabilidade não é necessária reduz-se o volume de consumo de água comprado das concessionárias de águas e esgotos e, garante-se ao empreendedor/usuário, uma enorme economia financeira pela redução de sua conta de água”, ressalta.“Nas indústrias, por exemplo, ao mesmo tempo em que agrega uma dimensão econômica ao planejamento econômico dentro da sua política de gestão dos recursos hídricos, acrescenta também a boa prática ambientalmente correta, valorizando os seus produtos e marca junto aos seus consumidores”, explica Luiz Abrahão, engenheiro de tecnologias e processos da Veolia Water Brasil. Fonte: UnoChapeco
A Microsoft vai repor mais água do que consome até 2030

A água é essencial para a vida. Dependemos disso para nossa sobrevivência. A necessidade básica moldou como as sociedades humanas avançaram ao longo do tempo. Os exploradores dos tempos pré-colombianos e da antiguidade até os exploradores da NASA seguiram o lema “siga a água”, pois buscaram e continuam buscando descobrir novas oportunidades para a expansão da civilização humana. Embora a água seja abundante – cobrindo 70% da superfície da Terra – 97% dessa água é salgada, localizada em nossos oceanos, e não é adequada para beber ou usar para o cultivo. A água doce do mundo não é igualmente distribuída ou acessível e é encontrada desproporcionalmente em lugares onde as pessoas não vivem. E à medida que a civilização humana se expandiu, alcançamos o ponto global em que a humanidade esgota o suprimento de água doce disponível a uma taxa de 4,3 trilhões de metros cúbicos a cada ano – a maioria dos quais vai para usos agrícolas e industriais. Isso precisa mudar. É por isso que estamos anunciando um compromisso ambicioso para que a Microsoft seja positiva para o consumo de água em nossas operações diretas até 2030. Estamos lidando com nosso consumo de água de duas maneiras: reduzindo a intensidade do uso de água – ou a água que usamos por megawatt de energia usado para nossas operações – e reabastecimento nas regiões com escassez de água em que operamos. Isso significa que em 2030 a Microsoft irá repor mais água do que consome globalmente. Assim como em nossos outros compromissos ambientais, esperamos que esses passos ajudem a contribuir para um movimento crescente a fim de atender às necessidades de sustentabilidade do mundo. Mais impulso é claramente necessário. Atualmente, de acordo com a Água das Nações Unidas (UN-Water), mais de dois bilhões de pessoas não têm acesso a água potável. E as mudanças climáticas estão apenas intensificando essa escassez de água. A UN estima que uma em cada quatro pessoas pode viver em um país afetado pela escassez crônica de água doce até 2050. De acordo com o Banco Mundial, esta redução na disponibilidade de água doce induzida pelo clima, juntamente com o aumento da demanda, poderia reduzir a disponibilidade de água nas cidades em mais de 66% até 2050. Superar a crise mundial da água exigirá uma redução na quantidade de água que os humanos usam para operar as economias e sociedades, bem como um esforço concentrado para garantir que haja água suficiente nos lugares em que ela é mais necessária. Isso exigirá uma transformação na forma como gerenciamos nossos sistemas de água e um esforço conjunto para que todas as organizações prestem contas e equilibrem seu uso de água. Como uma empresa de tecnologia global, a Microsoft está preparada para atuar em ambas as questões, assumindo a responsabilidade pelo nosso próprio uso de água e fazendo parcerias para ajudar outros a fazer o mesmo a partir de plataformas tecnológicas. No ano passado, comprometemos a Microsoft a se tornar uma empresa de carbono negativo e desperdício zero, que está construindo uma nova plataforma de computação planetária para transformar a maneira como monitoramos, modelamos e, por fim, gerenciamos os sistemas naturais da Terra. Nossa promessa hoje com relação ao consumo de água adiciona um quarto pilar a esse trabalho. E, como em nossas outras áreas, estamos comprometidos não apenas em definir metas ambiciosas para nós mesmos, mas em usar a tecnologia para ajudar melhor nossos clientes a fazerem o mesmo Positivos em água até 2030 Até 2030 seremos positivos em água, o que significa que reporemos mais água do que usaremos. Faremos isso colocando de volta mais água em bacias com escassez do que a nossa quantidade de consumo global de água em todas as bacias. A quantidade devolvida será determinada pela quantidade de água que usamos e quão escassa está a bacia. Nossa estratégia de reposição incluirá investimentos em projetos como restauração de pântanos e remoção de superfícies impermeáveis como asfalto, o que ajudará a repor a água nas bacias que mais precisam. Concentraremos nossos esforços de reposição em cerca de 40 bacias altamente escassas onde temos operações. Isso reflete uma avaliação baseada na ciência das bacias hidrográficas do mundo. A maior parte da água doce do mundo é dividida em 16.396 bacias, cada uma das quais com uma pontuação de acordo com o “parâmetro de escassez hídrica” do World Resources Institute (WRI), uma organização líder em pesquisa global sem fins lucrativos que se concentra em recursos naturais. Uma bacia é considerada “altamente escassa” se a quantidade de água retirada exceder 40% do fornecimento renovável. Globalmente, existem 4.717 bacias que se enquadram nesta categoria. Todo esse trabalho se baseará em nossos investimentos contínuos e avançará na redução e reposição de água em nossas operações. Isso inclui um padrão de sustentabilidade em toda a Microsoft que exige a conservação de água em todos os locais do mundo. Isso inclui: Nosso novo campus no Vale do Silício, a ser inaugurado no final deste ano na Califórnia, apresenta um sistema de coleta de água da chuva no local e uma estação de tratamento de resíduos para garantir que 100% da água não potável do local venha de fontes recicladas no local. Um sistema integrado de gestão de água irá gerenciar e reutilizar as águas pluviais e residuais. Ao reciclar nossa água, o campus economizará cerca de 4,3 milhões de galões de água potável por ano. Quase do outro lado do mundo, nosso novo campus em Herzliya, Israel, possui encanamentos que economizam água e aumentam a economia de água em 35%. Além disso, 100% da água coletada dos ar-condicionados será usada para regar as plantas no local. Na Índia, nosso prédio mais novo no campus de Hyderabad suportará 100% do tratamento e reutilização de águas residuais no local para paisagismo, descarga e para a torre de resfriamento. No redesenho da nossa sede em Puget Sound, todos os novos edifícios reutilizarão a água da chuva coletada em instalações de descarga e em sistemas de baixo fluxo. O local foi projetado para economizar mais
A falta de água agora e no futuro

A água utilizável é e continuará sendo um bem cada vez mais disputado no planeta. Atualmente, embora muito se fale em globalização, distribuição de recursos, a realidade que se apresenta é triste. Quase 750 milhões de pessoas no mundo não possuem acesso a uma fonte segura de água potável. Como se não bastasse, a demanda por esse precioso bem irá aumentar em 400 por cento até o ano de 2050, tendo como base os índices de consumo do ano de 2000. Os dados foram divulgados neste mês de março pelas Nações Unidas, em Nova Déli, na Índia. Segundo o estudo apresentado, o planeta pode enfrentar um déficit de 40% no abastecimento de água até 2030 caso os modelos de consumo, utilização e descarte da água não mudem, tanto na área doméstica quanto na da agricultura, da indústria e da energia. “Há um consenso internacional de que a água e o saneamento são essenciais para a realização dos objetivos de desenvolvimento sustentável. Eles estão intrinsecamente ligados às alterações climáticas, agricultura, segurança alimentar, saúde, energia, igualdade, gênero e educação”, disse Michel Jarraud, Presidente da UN-Water e Secretário Geral da Organização Meteorológica Mundial. O estudo também alerta para a intensificação das disputas hídricas. Conflitos interestaduais e regionais também podem surgir devido à escassez de água e má gestão. Atualmente, 158 das 263 bacias hidrográficas transfronteiriças não têm qualquer tipo de gestão cooperativa. Neste sentido, cada dia mais, torna-se necessária a implementação de efetivas políticas públicas e privadas visando o bom uso da água em todas as relações sociais e humanas. Faz-se necessário que a questão da responsabilidade ambiental se torne parte integrante de todas as políticas econômicas e produtivas da humanidade. Somente assim, com uma efetiva gestão da água é que as pessoas poderão afastar o fantasma da escassez que passou a assombrar nos tempos atuais. Fonte: INBS
Renováveis Podem Reduzir em 97% o Consumo de Água na Geração Elétrica Mundial

Além do seu papel fundamental na descarbonização do setor elétrico mundial, as fontes de energia verde também ajudariam a reduzir o seu consumo de água em até 97%. É o que mostra o resultado de um estudo feito por um time de pesquisadores da Universidade de tecnologia da Lappeenranta, na Finlândia, e divulgado na revista Nature Energy. De acordo com o estudo, para produzir os mesmos 1 megawatt-hora (MWh) de energia, a tecnologia fotovoltaica consome entre 2% e 15% da água utilizada por usinas nucleares e a carvão. Turbinas eólicas, por sua vez, consomem entre 0,1% e 14% dessa mesma quantidade. Segundo os pesquisadores, essa demanda insignificante de água representa um ganho duplo para as tecnologias renováveis, que já apresentam quase zero emissões de CO2 na geração. Somadas aos sistemas de energia solar para casas, que dominam a geração distribuída, essas tecnologias são a chave para a descarbonização do setor elétrico mundial. Para o estudo, o time coletou dados de 13.863 usinas termoelétricas acima de 50 Megawatts (MW) de capacidade, que juntas somaram mais de 4,1 Gigawatts (GW). Isto representa mais de 95% da geração térmica mundial, disseram os pesquisadores, que utilizaram essa informação para traçar projeções do consumo de água no setor elétrico mundial dentro do período 2015–2050. Caso o melhor cenário de políticas fosse adotado, o estudo afirma que o consumo de água na geração elétrica mundial poderia ser reduzido em 75,1% até 2030, em relação aos níveis de 2015. Para 2050 essa redução poderia chegar a 97,7%, mas exige que muitas termelétricas nucleares e por combustão fóssil sejam desativadas e substituídas por fontes de geração limpas. No entanto, o estudo revela que o gás natural continuará crescendo em regiões como a China, Coréia do Sul e Rússia, onde o consumo de água deverá permanecer grande. Em 2015, os Estados Unidos foi o maior consumidor de água para geração de energia convencional, com uma participação mundial de 35,7%, seguidos pela China com 31,5%. Os pesquisadores concluem que água poupada pelas fontes renováveis poderia ser destinada para a produção de alimentos ou para o cultivo de ecossistemas aquáticos. Fonte: INBS
Dia Mundial da Água – 22 de Março

O Dia Mundial da Água é lembrado anualmente pela ONU em 22 de março e, neste ano, tem como tema “Valorizar a água”. A data anual foi criada com o propósito de sensibilizar os líderes políticos e a sociedade civil para a conservação desse recurso fundamental para a manutenção da vida. O Relatório de Desenvolvimento Mundial da Água deste ano aborda a situação atual da água no planeta e a dificuldade de mensuração do seu real valor e benefícios para diferentes setores. O documento nos mostra que o valor da água dependerá de uma série de fatores tais quais: a região em que se encontra, escassez e sua qualidade, além da sua proposta de uso e os benefícios advindos dela. A valoração da água pode parecer simples, mas, infelizmente, ela é complexa, porém, quem controlar como a água é valorada controlará como ela será usada. Reconhecer, medir e expressar os múltiplos valores da água, e incorporá-los aos processos de tomada de decisão, são fundamentais para alcançar uma gestão sustentável e equitativa dos recursos hídricos. Como você valoriza a água? A água é uma necessidade humana básica, necessária para beber e para apoiar o saneamento e a higiene, sustentando a vida, a saúde e a economia. O acesso à água e ao saneamento são direitos humanos. Entretanto, a sociedade que possui água em abundância normalmente se esquece de seu valor. Em 2020, com o surgimento da COVID 19, a água tornou-se protagonista, colaborando para a prevenção da doença nos seres humanos. Com o investimento em saneamento básico e água tratada no mundo, estimado em cerca de US $ 114 bilhões por ano, obteria-se uma economia muito maior em investimentos em hospitais e remédios para os doentes. O cenário atual precisa ser alterado para que as próximas gerações! Valorize sua água Com o expertise de mais de 19 anos, a AcquaBrasilis desenvolve e executa projetos de Estações de Tratamento de Esgoto, Sistemas de Tratamento de Águas Cinzas para reuso e Aproveitamento e Gestão de Águas Pluviais, proporcionando resultados seguros e eficientes para centenas de clientes em todo o Brasil. A possibilidade de tratamento e reuso deste elemento natural permite a economia para o usuário e a preservação do recurso natural. Valorize sua água e conte com a AcquaBrasilis para a gestão hídrica nos seus empreendimentos.
Impactos das mudanças climáticas e do desenvolvimento econômico na demanda por água potável

De acordo com o estudo, espera-se um grande aumento na demanda pela água no Brasil somente em razão do crescimento econômico e da expansão demográfica. Em agosto de 2020, o Instituto Trata Brasil lançou um novo estudo, intitulado de “Demanda Futura por Água Tratada nas Cidades Brasileiras – 2017 a 2040”, o qual mostra os cenários do consumo de água no futuro frente a novas perspectivas demográficas, econômicas e as mudanças climáticas. A pesquisa conta com importantes apoios acadêmicos, além do apoio institucional da organização The Nature Conservancy (TNC). O estudo teve como objetivo desenhar cenários de demanda futura de água nas moradias brasileiras até 2040, sob diferentes condições econômicas, demográficas e de padrão de consumo, visando amparar planejamentos de longo prazo em especial na gestão de recursos ambientais. De acordo com o estudo, os cálculos, para os próximos 23 anos (2017 a 2040), evidenciaram que espera-se um grande aumento na demanda pela água no Brasil somente em razão do crescimento econômico e da expansão demográfica. A demanda potencial de água pode atingir14,2 bilhões de m³ em 2040, indicando um acréscimo de 2,8 bilhões de m³ em relação à demanda de 2017. Esse é um volume tão grande que corresponde à soma do consumo de água de todos os municípios do Estado de São Paulo em 2017. Vale ressaltar também que caso a água seja plenamente atendida em 2040, algo que não ocorreu em 2017, será necessário entregar nas cidades brasileiras4,3 bilhões de m³ de águaa mais do que foi efetivamente entregue em 2017. O crescimento de demanda seria, portanto, de 43,5% em 23 anos, ou ainda, de 1,6% ao ano. Esse volume se aproxima da demanda efetiva dos estados de São Paulo e Minas Gerais em 2017. Também como forma de comparação, precisaríamos de mais de quatro Sistemas Cantareira mais só para atender a água adicional em 2040. Caso continuemos no mesmo caminho em que estamos, o estudo aponta que a produção necessária adicional de água seria de7 bilhões de m³ em 2040: 4,3 bilhões de m³ para suprir a demanda adicional e 2,6 bilhões de m³ de desperdícios. Deixando claro como o país deve se atentar a diminuição das perdas na distribuição. O que se desperdiçou de água tratada em 2017 (3,8 bilhões de m³) seria quase o suficiente para suprir a demanda incremental (4,3 bilhões de m³). Assim, as reduções das perdas são fundamentais para o equilíbrio hídrico das cidades brasileiras. Outro fator muito importante do estudo é a relação com às mudanças climáticas, o estudo apontou que houve um acréscimo de temperatura no país, usando os estados de São Paulo e Ceará entre 1980 e 2015 como parâmetros, o que mostra uma evolução real das mudanças climáticas no país. O estudo mostrou que o acréscimo de 1° C na temperatura máxima ao longo do ano até 2040 no Brasil elevaria o consumo de água em2,4%. Isso resultaria numa nova demanda, adicional às causadas pelos fatores econômicos e demográficos, próxima a343 milhões m³ por ano. E, se mantendo a atual ineficiência na distribuição da água potável, com perdas da ordem de 38%, a quantidade adicional de água a ser produzida seria de 556 milhões m³ por ano (343 milhões m3 para atender a população e 213 milhões m3 de perdas). Esse volume corresponde a uma demanda incremental maior que a exercida na cidade do Rio de Janeiro em 2017. Fonte: Trata Brasil
Águas de Joinville estuda privatização da companhia

Não será uma simples decisão administrativa. Será um embate político, onde há interesses divergentes em jogo: econômicos e ideológicos. A Cia. Águas de Joinville está fazendo estudos para definir qual seráo melhor modelo de gestão do saneamento no futuro. A análise técnica deverá ser finalizado em setembro deste ano e contempla, inclusive, a alternativa de privatização da companhia municipal. A informação é do presidente Giancarlo Schneider, nomeado para o cargo em janeiro. Executivo com 30 anos de experiência na iniciativa privada, era CEO da Kavo do Brasil. Atualmente, a Águas é empresa pública pertencente à prefeitura de Joinville e emprega 454 pessoas. Claro que uma decisão dessa magnitude, a mudar a estrutura organizacional – se vier a ser considerada como ideal pelas análises técnicas – passará pelo conselho de administração da Águas e pelo prefeito Adriano Silva. Não será uma simples decisão administrativa. Será um embate político, onde há interesses divergentes em jogo: econômicos e ideológicos. Cuidadoso, neste início de gestão, o novo presidente está mantendo a equipe que estava em cargos-chave na Águas. Sabe que não dá para mexer nas estruturas sem antes conhece-las muito bem. Em relação ao modelo gerencial (privatizar ou não) explica: “Nas discussões faremos benchmarketing não só com companhias brasileiras, mas de toda a América Latina para encontrarmos o melhor modelo.” Antes mesmo de qualquer tomada de decisão a respeito (e isso costuma demorar) há urgências a serem equacionadas. Como o próprio presidente reconhece: “Não podemos cometer o erro de desacelerar os investimentos. Até agora, 70% do que foi investido em saneamento, foi dinheiro da própria Águas de Joinville. Só 30% são recursos captados fora. A gente vai dar sequência aos investimentos.” O que está claro e muito bem retratado no levantamento do Instituto Trata Brasil, é a dificuldade de Joinville melhorar significativamente no quesito cobertura de esgoto. O indicador para o ano de 2020 – dados mais atualizados – revela que a mais populosa cidade catarinense figura na posição 85 entre as cem com maior cobertura de saneamento em todo o país. Significa dizer que estamos entre os 20 piores municípios brasileiros neste quesito. Apenas com 33% de esgoto tratado. E com perdas de água superiores a 40%, quando o índice mundialmente considerado adequado não passa de 15%. A tarifa de água também é pauta do novo presidente. Schneider diz que deseja “a cobrança de um preço justo para aqueles consumidores com renda menor”. Sim, este pode ser um caminho para dar mais justiça social. Ele sabe que também precisa melhorar a eficiência operacional para, então, melhorar o resultado. Antes de mais nada, Schneider está atento à velha questão do desperdício de água, fator de desgaste dos gestores, e fato incompreensível dada a dimensão social e o seu impacto econômico-financeiro. “Isso tem muitas causas e, temos, aí, boas oportunidades de substituir equipamentos e reduzir as perdas.” Dados oficiais da companhia mostram que as perdas totais são de 42,19% em relação à quantidade total de água produzida. O índice de perdas na ligação é de 486,86 litros por ligação/dia. O dado indica que, em 2020, houve redução de perdas de 34 litros por ligação/dia. Mesmo assim, com algum avanço, os indicadores precisam melhorar. Por isso, Schneider entende que o plano de manutenção das redes e de todo o serviço de abastecimento de água é essencial. Em relação aos serviços feitos nas ruas, esburacando vias, Schneider é claro: “temos de fazer um trabalho integrado com outros órgãos da prefeitura, em especial com a Secretaria de Infraestrutura.” A prioridade à frente da equipe, é elevar a cobertura de esgoto na cidade. Atualmente inferior a 40%, a meta é chegar a 75% daqui a quatro anos. ” Para auxiliar nisso, o marco regulatório de saneamento, vai ser muito importante. Estamos revisando o plano estratégico para nos adaptarmos ao que determina o marco legal, que estabelece que em 2033, Joinville tenha 90% de cobertura de esgoto”, diz Schneider. O novo dirigente explica que com o marco regulatório fica permitida a busca por financiamentos: “A situação de capacidade de endividamento da Águas de Joinville é boa e estamos conversando com o BID e com o BNDES.” O trabalho será árduo.Joinville está na lista dos20 piores municípios em esgotamento sanitário já faz oito anos, diz o estudo do Trata Brasil. O que ficou claro até agora, é a incapacidade do poder público em avançar de maneira consistente na melhoria dos padrões desaneamento básico. Nem Casan, no passado;nem a Cia. Águas de Joinville deram conta de resolver esse grande passivo ambiental. Para a população não importa quem administra o sistema; importa que a qualidade do serviço seja de boa qualidade a preços justos. Fonte: NSC Total