Saneamento básico é um campo que visa a saúde pública, o bem estar social e a sustentabilidade ambiental

Por Sibylle Muller, CEO da NeoAcqua Quando falamos em saneamento básico, a imagem que vem à mente costuma ser a de uma infraestrutura estática, que “funciona” nos bastidores das cidades. Porém, essa é uma percepção que tem que ser revista. O setor é, na verdade, um campo repleto de oportunidades visando a saúde pública, o bem estar social e  a sustentabilidade ambiental Os dados mostram a necessidade de urgentes transformações no setor. Em 2020, apenas 84,1% da população brasileira tinha acesso à água tratada e 55% contava com coleta de esgoto, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Levantamento do Instituto Trata Brasil, revela que mais de 32 milhões de brasileiros vivem sem água potável e 93 milhões não têm coleta e tratamento de esgotos. Este quadro tem consequências importantes nos gastos com saúde pública por conta de doenças veiculadas pela água, com reflexos na produtividade dos cidadãos, na abstinência no trabalho e no desenvolvimento na infância.  Atualmente, tecnologias de alto desempenho permitem que, além das grandes estações de tratamento municipais, sistemas de tratamento de menor porte, descentralizados, compactos, possam reciclar a água ou devolver a água tratada à natureza, contribuindo para a redução da poluição dos  nossos cursos d’água e para o cumprimento da meta do Marco Legal do Saneamento. Avanços na automação agregados a essas tecnologias permitem ajustar processos e evitar desvios antes que causem falhas ou problemas de qualidade do efluente tratado.  Além da reciclagem da água do esgoto, a NeoAcqua desenvolveu tecnologia para o reaproveitamento de águas cinzas, oriundas de lavatórios e chuveiros. A água cinza tratada substitui a água potável nos pontos de consumo em que a potabilidade não é necessária, como em descargas de vasos sanitários, irrigação de gramados, rega de jardins, águas de reposição de lagos ornamentais ou de sistemas de ar condicionado e limpeza em geral. A redução do consumo da água potável, com a substituição por água reciclada, gera economia na conta de água, além de preservar recursos hídricos naturais por implicar menor volume de captação e transporte da água a partir de fontes naturais. Essas soluções vem ganhando credibilidade à medida que vão sendo aplicadas, com sucesso e segurança, nos mais diversos empreendimentos. Na NeoAcqua, nossa engenharia desenvolve projetos que atendem as necessidades de cada empreendimento e as exigências da legislação pertinente. Destacamos que a instalação de  sistemas dimensionados para reuso, além de assegurar pontos para a sustentabilidade do empreendimento, garante economia nas despesas mensais com água e um curto período de retorno do investimento. No empreendimento Luna Nova, na Chácara Santo Antônio, em São Paulo, por exemplo, conseguimos reduzir mais de 800 m³ de consumo de água potável por mês. O Marco Legal do Saneamento está impulsionando o setor em nosso País, com o desenvolvimento e financiamento de projetos dos mais variados portes, inclusive de estações de tratamento de água e de esgoto descentralizados e sistemas compactos. O desafio da universalização do tratamento de água e esgoto ainda é grande, há muito por fazer. O esforço conjunto de todos, legisladores, políticos e empresários, é fundamental para, por meio da melhoria do saneamento básico, alcançar um desenvolvimento sócio-ambiental com mais saúde pública, mais desenvolvimento social e maior sustentabilidade ambiental. 

A presença feminina no saneamento básico no Brasil ainda é tímida porém vem crescendo

Em um setor que historicamente concentra suas decisões, operações e quadros técnicos nas mãos de homens, a presença feminina no saneamento básico no Brasil ainda é tímida, porém vem crescendo nas últimas décadas. Dados do Instituto Trata Brasil mostram que menos de 25% da força de trabalho do setor é composta por mulheres, número ainda menor quando se trata de cargos de comando ou funções de base técnica, como engenharia. Aos poucos, no entanto, iniciativas e lideranças vêm abrindo espaço para que mais mulheres ocupem essas posições — e o caminho passa diretamente pela valorização da formação técnica, da diversidade e da inclusão. A baixa presença feminina em setores ligados à engenharia não é novidade no Brasil. Segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), apenas cerca de 18% dos registros ativos pertencem a mulheres. Essa sub-representação se reflete em áreas como o saneamento, onde a técnica, a operação de sistemas e o planejamento de soluções hídricas costumam ser associados a um imaginário predominantemente masculino — reforçando uma cultura que limita o acesso e o crescimento profissional das mulheres. “Há um estigma antigo de que saneamento é um setor ‘pesado’, e que cargos técnicos são masculinos por natureza. Isso afasta mulheres desde a formação até a entrada no mercado”, explica Sibylle Muller, engenheira civil e CEO da NeoAcqua, empresa brasileira especializada em soluções de tratamento de água e esgoto.  Com mais de duas décadas de experiência na gestão de uma companhia do setor de saneamento, Sibylle tem apostado em equipes diversas como estratégia de evolução. Na planta da NeoAcqua em Santa Catarina, 14 mulheres atuam diretamente na operação fabril, em suprimentos, na engenharia e na gestão, incluindo a própria Sibylle. Já na unidade de São Paulo, cinco profissionais ocupam funções técnicas e administrativas. “Em nossa empresa, as mulheres preparadas, com boa formação e competência têm as mesmas oportunidades que os homens para atuarem e se desenvolverem nas diversas etapas do projeto e implantação de sistemas de tratamento de água e de esgoto”, afirma a CEO. O avanço feminino no setor está ligado também à ampliação de políticas internas de incentivo, mentorias e valorização da diversidade, além de uma cultura empresarial que reconheça o potencial da equidade como motor de desenvolvimento e inovação. “Além de vagas no saneamento em que mulheres também possam trabalhar e contribuir para o desenvolvimento e implantação de projetos, é importante prestigiar o conhecimento e a competência de cada pessoa, com equidade para atuar, propor e liderar, independente do gênero”, diz Sibylle. Uma maior participação de mulheres no mercado do saneamento requer um esforço coordenado de instituições de ensino e empresas. “Incentivar a presença feminina nas graduações de engenharia e promover exemplos inspiradores de liderança são caminhos para equilibrar um setor ainda marcado por desigualdades estruturais”, finaliza Sibylle Muller. Empresas que apostam na diversidade, como a NeoAcqua, mostram que é possível romper padrões e estimular a inclusão em todos os níveis. O desafio da equidade no saneamento continua, mas a atuação de mulheres capacitadas em engenharia, operação e liderança aponta para um futuro mais equilibrado  — onde o talento passa a critério decisivo para ocupar espaço no setor.

O que é uma Estação de Tratamento de Esgoto? (ETE)

De forma prática, uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) tem como principal objetivo remover os poluentes presentes no esgoto, separando a água da carga contaminante. Ao final do processo, a água tratada pode ser devolvida ao meio ambiente de forma segura, enquanto os resíduos sólidos, especialmente o lodo, são encaminhados para aterros sanitários licenciados ou, em alguns casos, reaproveitados de forma sustentável. O processo de tratamento visa remover cinco principais tipos de contaminantes: O tratamento é realizado em etapas sucessivas, iniciando pela remoção dos sólidos mais visíveis e gorduras, até alcançar a depuração dos contaminantes mais complexos, como a matéria orgânica e compostos químicos. As estações da NeoAcqua utilizam tecnologias avançadas e confiáveis, garantindo eficiência no processo, cumprimento das exigências ambientais e contribuindo para a saúde pública, a preservação dos recursos hídricos e a sustentabilidade do planeta.

Você sabe como funciona uma Estação de Tratamento de Esgoto? (ETE)

ETE - Estação de Tratamento de Esgoto

Se você já se perguntou para onde vai o esgoto gerado em sua casa ou empresa e o que ocorre com ele, a resposta coreta está nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs). 🔹 1. Coleta – o esgoto é direcionado até a estação por redes coletoras.🔹 2. Tratamento preliminar – remoção de sólidos grandes e areia.🔹 3. Tratamento primário – separação de sólidos suspensos.🔹 4. Tratamento biológico ou anaeróbio (secundário) – para que ocorra a degradação carga orgânica.🔹 5. Tratamento terciário – remoção de nutrientes e desinfecção final, quando necessário.🔹 6. Destino final – água tratada retorna ao meio ambiente e o lodo é destinado corretamente. 🌱 Por que isso é importante?As ETEs reduzem a poluição, protegem rios e garantem saúde para todos. ✨ Na NeoAcqua, desenvolvemos projetos de ETEs eficientes e sustentáveis, garantindo tratamento adequado e respeito ao meio ambiente. 🔗 Quer saber mais? Fale com nossos especialistas!

Estação compacta trata água de poço e garante segurança em casas e empresas

O uso de água de poço é uma realidade em diversas regiões do Brasil. Segundo um levantamento do Instituto Trata Brasil, divulgado em 2019, existem aproximadamente 2,5 milhões de poços artesianos no país, com 17,5 bilhões de m³ de água bombeada por ano. Ainda de acordo com o estudo, 52% dos municípios brasileiros são abastecidos total ou parcialmente por águas subterrâneas, sendo que em 48% das cidades com até 10 mil habitantes esse recurso é a única opção de abastecimento. Embora o poço artesiano pareça ser uma solução prática e acessível para o abastecimento de água potável, ele deve atender as exigências legais na fase de outorga, bem como, ter seus parâmetros de qualidade monitorados ao longo de sua vida útil. “O consumo de água de poço implica alguns cuidados. A água extraída de fontes subterrâneas pode estar contaminada com uma variedade de substâncias nocivas, como bactérias, vírus, parasitas, metais pesados e produtos químicos. Os diversos contaminantes podem causar problemas de saúde, como irritação da pele, problemas respiratórios e gastrointestinais e até doenças mais graves. A presença de ferro e manganês na água pode causar manchas nos dentes, roupas e louças, além de gerar sabor e odor desagradáveis na água. Nitratos e resíduos de pesticidas ou fertilizantes, também podem ocorrer, especialmente em áreas agrícolas. Por isto, é importante fundamentar o projeto de um sistema de tratamento, em uma análise da qualidade da água, com mapeamento dos possíveis contaminantes a serem removidos”, comenta Sibylle Muller, engenheira civil e CEO da NeoAcqua, empresa especializada no desenvolvimento e instalação de estações de tratamento de águas e efluentes, dimensionados de acordo com a necessidade de cada cliente. A especialista explica que uma Estação de Tratamento de Água (ETA) para consumo humano deve atender o padrão de potabilidade do Ministério da Saúde, Portaria GM/MS nº 888 de 2021, que apresenta limites permitidos para os parâmetros de qualidade de água. No caso de ETAs para tratamento de água de poço com baixo teor de contaminantes e baixas vazões, pode-se projetar uma ETA compacta, de baixo custo, com processos simplificados de filtração, adsorção, correção de pH e desinfecção. Esse tipo de tratamento é possível para residências, empresas e qualquer estabelecimento que utilize água de poço”, esclarece Muller. Em resumo, o uso de água de poço é seguro para consumo humano, desde que o sistema de tratamento seja adequadamente dimensionado e que a água tratada tenha a sua qualidade monitorada ao longo do tempo para garantir a saúde e a segurança de quem a consome. A instalação de um sistema de tratamento de água corretamente projetado, montado e instalado constitui solução eficiente e acessível, tanto para residências, quanto para comércios e indústrias, assegurando que a água seja tratada e livre de contaminantes prejudiciais. Fonte: https://www.folhavitoria.com.br/economia/constroi-es/noticias/estacao-compacta-trata-agua-de-poco-e-garante-seguranca-em-casas-e-empresas/

Assim como o Sena, como funciona a despoluição de um rio?

Agosto de 2024 – O Rio Sena, um dos mais icônicos símbolos de Paris, ressurgiu nas Olimpíadas de 2024 após um século de contaminação. Graças a um ambicioso projeto de despoluição, com um investimento de 1,4 bilhões de euros (cerca de 7,3 bilhões de reais), suas águas foram revitalizadas, permitindo a realização de competições aquáticas, como o triatlo, durante os Jogos Olímpicos. Mas como foi possível restaurar a qualidade da água de um rio que, por mais de um século, foi poluído por esgoto industrial e resíduos urbanos? A resposta reside em uma série de esforços coordenados e na aplicação de tecnologias inovadoras. Cerca de 10 anos atrás, teve início o processo de purificação do Sena, que incluiu, entre outras ações, a implementação dos “jardins filtrantes”. Essas áreas verdes são projetadas para filtrar e tratar a água de maneira natural, utilizando plantas que removem poluentes e melhoram sua qualidade. Este processo, combinado com o tratamento avançado de esgoto e a redução das fontes de poluição, foi essencial para que o Sena pudesse voltar a ser um rio limpo e saudável. Um dos pilares fundamentais desse processo foi é a coleta e o tratamento adequado de esgoto antes do seu lançamento no curso d’água. Para garantir a despoluição efetiva, foi necessário implementar sistemas de tratamento de esgoto eficientes e descentralizados, que eliminam contaminantes antes que a água seja devolvida ao ambiente natural. Sem essa etapa crítica, qualquer esforço de despoluição estaria fadado ao fracasso, pois a principal fonte de poluição continuaria a comprometer a qualidade da água. “A despoluição de um rio requer uma abordagem multifacetada, que pode incluir desde o controle e tratamento de esgotos até a reintrodução de vegetação nativa e a restauração de ecossistemas ribeirinhos. Cada rio possui suas particularidades, mas o exemplo do Sena demonstra que, com a combinação certa de recursos, tecnologias e vontade política, é possível reverter décadas de degradação ambiental e devolver à população um recurso hídrico vital”, comenta Sibylle Muller, engenheira civil e CEO da NeoAcqua, empresa de referência em sistemas de tratamento e reuso de água e esgoto. Além de serem uma solução sustentável, os jardins filtrantes ajudam a restabelecer o equilíbrio ecológico do rio, promovendo a purificação da água de forma contínua e natural. Essa abordagem provou ser eficaz na recuperação do Sena, contribuindo significativamente para que o rio voltasse a ser seguro para atividades recreativas e esportivas. Conforme destaca Sibylle Muller, além dos “jardins filtrantes”, outros processos desempenham papéis cruciais na recuperação de rios como o Sena. A dragagem e a retenção de resíduos sólidos, através de técnicas como a dragagem contínua do fundo dos rios, o gradeamento e a instalação de separadores de sólidos, são igualmente importantes. Esses métodos são focados na remoção de objetos e detritos do fundo do rio e na prevenção de que resíduos sólidos entrem no curso d’água, ajudando a manter a qualidade da água e a evitar novas contaminações. Sibylle Muller ressalta que, embora todas essas técnicas sejam fundamentais, o passo mais crucial na despoluição de um rio é a melhoria da qualidade da água que nele é despejada. “Para iniciar um processo de despoluição eficaz, é essencial interromper a poluição na fonte ou garantir que toda a água despejada no rio seja tratada adequadamente por sistemas de tratamento de esgoto descentralizados antes de ser devolvida ao ambiente natural”, explica Muller.

Descentralização do tratamento pode ajudar o Brasil na desigualdade de acesso a esgoto

A descentralização do tratamento de esgoto pode ser uma solução eficaz para enfrentar a crise de saneamento básico no Brasil. Atualmente, cerca de 90 milhões de brasileiros vivem sem acesso à coleta de esgoto, destacando a urgência de novas abordagens para lidar com o problema do despejo indevido de esgoto. Os dados são do Ranking do Saneamento de 2024, publicados pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados e apresentam um retrato da situação do saneamento nos 100 municípios mais populosos do Brasil. Esses dados demonstram que sistemas alternativos descentralizados podem ser eficazmente implantados em áreas não atendidas pelos sistemas tradicionais, ajudando a acabar com o despejo de esgoto indevido no país. Vantagens da descentralização “A descentralização oferece várias vantagens, como a redução de custos operacionais, maior flexibilidade na implementação de soluções personalizadas e a possibilidade de atender rapidamente áreas sem infraestrutura adequada. Além disso, esses sistemas podem ser mais sustentáveis e menos dependentes de grandes investimentos em infraestrutura centralizada”, comenta Sibylle Muller, CEO da NeoAcqua. A NeoAcqua, empresa  focada na fabricação e implantação de sistemas para o tratamento e reuso de águas e esgotos domésticos próximos aos seus pontos de geração, é pioneira na implementação de sistemas descentralizados para o tratamento de esgotos. A empresa propõe que esses sistemas, especialmente em áreas não atendidas pelos sistemas tradicionais, podem ser a solução para a desigualdade no saneamento que abrange o país de forma desigual. Um sistema descentralizado de tratamento de esgoto funciona através da implementação de unidades de tratamento menores, localizadas próximas aos pontos de geração do esgoto, como residências, condomínios, comunidades ou indústrias. Esse sistema trata o esgoto localmente, por meio de diversas tecnologias. Após o tratamento, a água pode ser reutilizada ou descartada de forma segura no meio ambiente. Esse modelo reduz a necessidade de grandes redes de coleta e infraestrutura centralizada, proporcionando uma solução mais rápida, econômica e sustentável, especialmente em áreas rurais ou de baixa densidade populacional. Tecnologias Políticas públicas que incentivem a adoção de sistemas descentralizados e investimentos em pesquisa e desenvolvimento para aprimorar tecnologias eficientes são cruciais. “O Brasil enfrenta um desafio monumental na área de saneamento básico e é essencial explorar todas as opções disponíveis. A descentralização do tratamento de esgoto pode desempenhar um papel crucial na universalização do acesso a saneamento adequado e na proteção do meio ambiente”, afirma Sibylle. Além de reduzir custos operacionais,  estações de tratamento descentralizadas  permitem eficiência e manutenção mais simples que estações de tratamento centralizadas,  tornando-se uma solução econômica e sustentável. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, cada real investido em saneamento economiza nove reais em saúde, evidenciando os benefícios de um sistema de tratamento mais acessível e eficaz.

Reutilização de Águas Cinzas

A reutilização de águas cinzas, provenientes de atividades como banho e lavagem de mãos, é uma solução sustentável que reduz o consumo de água potável e traz benefícios ambientais. Tratadas e purificadas, essas águas podem ser usadas para irrigação de jardins, descarga de vasos sanitários e limpeza de pisos. Além de reduzir custos de água, essa prática valoriza imóveis, classificando-os como construções sustentáveis, algo valorizado no mercado imobiliário. A NeoAcqua, líder em fabricação e implantação de sistemas para tratamento e reuso de águas e esgotos domésticos, é pioneira com mais de 15 anos de experiência no desenvolvimento de sistemas de reuso de águas cinzas. A empresa projetou e instalou mais de 180 estações de tratamento de água cinza (ETACs) em empreendimentos residenciais, comerciais e hoteleiros no Brasil. As águas cinzas, captadas por tubulação independente, passam por tratamento biológico, filtragem e desinfecção para eliminar microorganismos patogênicos. Após o tratamento, são armazenadas em tanques e utilizadas para irrigação de jardins, descarga de vasos sanitários e limpeza de pisos. A distribuição é feita por um sistema de encanamento separado do das águas potáveis, garantindo reutilização segura e eficiente, contribuindo para a conservação de recursos hídricos e redução do consumo de água potável. “O aproveitamento de águas cinzas não apenas conserva recursos hídricos, mas também reduz o consumo de água potável. Na NeoAcqua, desenvolvemos sistemas integrados que tratam e reutilizam águas residuais de forma eficiente, valorizando propriedades ao promover práticas sustentáveis. Projetar construções com a inclusão de sistemas de reuso de águas cinzas traz economia e satisfação aos usuários, além de posicionar os imóveis como construções sustentáveis, um atributo cada vez mais valorizado pelo mercado imobiliário moderno”, comenta Sibylle Muller, CEO da NeoAcqua.

Os muitos benefícios do tratamento de esgoto

O acesso aos serviços de saneamento básico é um direito de todos os brasileiros, conforme está definido na Constituição Federal de 1988 e na Lei número 11.445/2007. E não há como desconsiderar os esforços na área ao longo dos últimos anos, embora não tragam resultados expressivos. De acordo com os dados do Instituto Trata Brasil – organização dedicada a estudos e pesquisas sobre saneamento básico e proteção dos recursos hídricos –, de 2010 a 2018 (relatório de 2020) a quantidade de brasileiros sem acesso à água, por exemplo, diminuiu de 19% para 16,4%. Mas hoje, ainda são mais de 33 milhões de brasileiros sem água potável em suas residências. Em relação ao esgoto, 46,9% não dispõem de serviço de coleta e 46,3% não contam com esgoto tratado relacionado à água consumida. Para se ter uma ideia desse problema, são despejados diariamente no meio ambiente uma quantidade que encheria 5.730 piscinas olímpicas. O presidente do Trata Brasil, Édison Carlos, acredita que é necessário investir mais em políticas públicas e em ações voltadas ao setor. “É preciso evoluir porque se continuarmos no ritmo atual o País demorará pelos menos mais 50 anos para universalizar os serviços de saneamento”, afirma. Levar água potável às pessoas, coletar e tratar esgotos, segundo o especialista, é a iniciativa mais elementar e mais importante de uma cidade. “Entre outros benefícios, previne doenças e protege o meio ambiente.” Ele explica que quando um município não tem essa estrutura à disposição, ao sair das casas o esgoto contamina o solo e os recursos hídricos, como córregos, rios e oceano. “E também leva adiante causadores de verminoses, parasitoses, leptospirose, dengue e outras doenças, sobrecarregando lá na ponta o sistema de saúde.” Aliás, em tempos de pandemia pela Covid-19, o acesso ao saneamento é ainda mais relevante, porque a falta de água impossibilita uma higienização adequada das pessoas, algo considerado essencial para combater o vírus. Desenvolvendo cidades A falta de acesso à água e ao tratamento de esgoto também traz impactos negativos ao desenvolvimento das cidades. Isso devido às enfermidades relacionadas tirarem pessoas do trabalho e das escolas, e a poluição desvalorizar imóveis, afastar turistas e novos investimentos. Como resultado, influencia na expectativa de vida, de renda e de escolaridade, aspectos que compõem o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ferramenta usada pela Organização das Nações Unidas para definir o grau de desenvolvimento de determinada sociedade. “Quanto maior a presença de saneamento maior será o IDH”, reforça Édison. Ele cita uma conclusão de um estudo do Trata Brasil sobre o tema: “Se o País investir em torno de R$ 500 bilhões para universalizar os serviços de água e esgoto os benefícios sociais e econômicos passarão de um R$ 1 trilhão”. Marco do saneamento Com a nova Lei número 14.026/2020, sancionada neste ano e que atualiza o marco legal do saneamento básico no Brasil, há a expectativa dos indicadores de abastecimento, coleta e tratamento evoluírem consideravelmente nesta e na próxima década. Com as novas regras, a meta nacional é possibilitar a 99% dos brasileiros terem acesso à água potável e 90% à rede de esgoto até o ano de 2033. Para isso ocorrer, todas as operadoras deverão comprovar, até março de 2022, suas capacidades técnica e financeira de levar seus municípios a esses esses novos indicadores. Se não conseguirem confirmar os requisitos, serão abertas licitações para que outras empresas possam prestar os serviços à população. “É uma lei muito bem-vinda, exigindo gestões mais eficientes por parte das instituições públicas ou privadas responsáveis pelo saneamento”, completa Édison Carlos. Nova gestão de coleta e tratamento na região Na Região Metropolitana de Porto Alegre, embora o acesso à água potável seja maior que a média nacional (apenas 6,7% da população não é atendida), somente uma entre três residências está coletando e tratando os resíduos de forma correta. Mudar essa realidade é o desafio da Ambiental Metrosul – uma das concessionárias da empresa Aegea Saneamento – ao assumir a partir deste ano os serviços de coleta e tratamento de esgoto em nove municípios vizinhos: Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Eldorado do Sul, Esteio, Gravatai, Guaiba, Sapucaia do Sul e Viamao. Por meio da Parceria Público-Privada (PPP) com a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), a Ambiental Metrosul suprirá a demanda de uma população estimada de 1,6 milhao de habitantes. A proposta é elevar a cobertura média de esgoto de 36% a 87,3% já nos 11 primeiros anos dos 35 de concessão, ajudando a diminuir a taxa de poluição dos rios Caí, Gravataí e dos Sinos. “A sinergia entre as equipes da Ambiental Metrosul e da Corsan facilita o avanço dos trabalhos e o cumprimento de todos os prazos previstos. Há o interesse comum de oferecer à população local mais acesso à saúde por meio da eficiência e da qualidade da prestação dos serviços”, destaca Ângelo Augusto Mendes, diretor-presidente da Ambiental Metrosul. O QUE ELES DIZEM Há o interesse comum de oferecer à população local mais acesso à saúde por meio da eficiência e da qualidade da prestação dos serviços. Ângelo Augusto Mendes – diretor-presidente da Ambiental MetrosulSe o País investir em torno de R$ 500 bilhões para universalizar os serviços de água e esgoto os benefícios sociais e econômicos passarão de um R$ 1 trilhão. Édison Carlos – presidente do Trata Brasil SAIBA MAIS A concessão permite a execução de obras de infraestrutura em esgotamento sanitário, melhorias, manutenção e operação dos sistemas. Saiba mais sobre esse tema: InvestimentosO contrato firmado entre a Ambiental Metrosul e Governo do Estado do Rio Grande do Sul, por meio da Corsan, prevê investimentos de R$ 1,77 bilhão, sendo R$ 1,4 bilhão da empresa, dividido em R$ 1,03 bilhão destinado à expansão do sistema de esgoto e R$ 374 milhões para ações comerciais e operacionais. A Corsan vai investir R$ 370 milhões. Volume atualHoje são 32 estações de tratamento e 96 estações de bombeamento nas nove cidades. Ao todo, 50 mil m³ de esgoto são tratados e devolvidos ao ambiente diariamente, correspondendo a somente 36% do volume total produzido. A meta é chegar a 87,3 %

Como a economia circular pode ajudar empresas a reduzir consumo de água

O Brasil passa pela maior crise hídrica em 91 anos, e nesse cenário, autoridades estão pedindo ou promovendo campanhas para que os setores produtivos e a população reduzam o consumo de água e de luz, já que a crise hídrica também já impacta na geração de energia. Dentre as alternativas, a chamada economia circular oferece técnicas a empresas que podem ajudar a evitar novas crises e amenizar a atual. Dados da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) de 2017 mostram que os setores de irrigação, uso animal e de indústrias possuem os maiores consumos de água. Em relação ao retorno da água aos corpos hídricos (rios e cursos subterrâneos), o setor de abastecimento urbano é o que devolve a maior quantidade, seguido pelo de irrigação. Especialistas consultados pela CNN Brasil apontam que os setores empresariais ainda possuem espaço para economizar água e devolver quantidades maiores ao meio ambiente. Para isso, porém, é necessário uma visão mais sistêmica desse consumo, e é aí que entra a economia circular. Da economia linear à circular Renata Nishio, gerente técnica do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), explica que o modelo econômico predominante atualmente é linear. “Você consome qualquer item e no fim joga no lixo e vai parar em algum lugar em que nada dele é absorvido”, diz. Ela afirma que esse modelo acaba levando a um desperdício do esforço de produção daquele produto e dos recursos utilizados nesse processo. Foi a partir da tentativa de reverter esse desperdício que surgiu a economia circular. “Economia circular é fazer os recursos voltarem de alguma forma”, explica. Nishio diz que a economia circular propõe um fluxo em que os recursos e os produtos ligados às cadeias produtivas de empresas conseguem ser sempre reaproveitados. Se na economia linear um produto tem um “fim de vida”, na economia circular ele passará por processos como “redução, reuso ou reciclagem”, que o mantém nas cadeias produtivas. Nesse sentido, Aldo Roberto Ometto, professor da EESC-USP e coordenador do centro de pesquisa em Economia Circular do InovaUSP, vê a economia circular como um novo modelo econômico. “A primeira grande mudança é que, ao invés de verificar, como na economia linear, processos e como buscar melhorá-los, surge a visão de ter algo mais sistêmico, e que precisa de colaboração e organização ampla para funcionar”, afirma. A ideia da economia circular, portanto, é ir além de iniciativas de reuso e reciclagem que já são praticadas desde a década de 1980, oferecendo uma visão que integre diferentes empresas, setores e cadeias produtivas para reaproveitar recursos que, hoje, estão sendo desperdiçados. Para integrar as cadeias de fornecimento, é preciso olhar para quem vende e quem consome seus produtos, encontrando e incentivando formas de reaproveitar e economizar recursos em todas essas áreas. Mas a economia circular também busca melhorar os processos produtivos, com um esforço para desenvolver novas tecnologias e formas de produção que reduzam ao máximo o consumo de recursos naturais, e que consigam até retirar por completo a necessidade de utilizá-los. Ometto explica que a economia circular ganhou forças nos últimos anos após um relatório de 2014 do Fórum Econômico Mundial, que colocou a ideia como “a solução para acelerar e escalar as cadeias de suprimento globais”. “É por ela que a economia consegue gerar valores sem necessariamente se limitar aos recursos físicos, que são finitos”, diz. “Surgem modelos como compartilhamento, recuperação de produtos, insumos renováveis e produtos como serviços”, afirma o professor da USP. Ele considera que a economia circular “muda a visão de negócio da empresa”, mas que ela demanda uma metodologia própria, analisando fluxos e identificando como os recursos são usados e podem ser melhorados. Ou seja, a economia circular é uma forma de manter e expandir os níveis de produção atuais, mas evitando um consumo e desperdício maior de recursos. Entre esses recursos finitos está a água, que pode ser beneficiada por essa visão sistêmica. Melhoria de saneamento é essencial para economia de água Para Ometto, essa visão sistêmica que a economia circular traz, ou seja, ir além da própria empresa, quando aplicada ao recurso hídrico, mostra que a principal forma de reduzir o consumo e o desperdício desse recurso depende de infraestrutura. Ele aponta os altos níveis de locais sem água tratada, o desperdício de água durante seu transporte e a baixa qualidade em alguns locais. “No Brasil, 46% de todo o esgoto gerado não é tratado, esse é o dado mais importante, porque não é reutilizado e ainda contamina água e rios, é o pior caso de economia circular que podemos dar de exemplo”, destaca Nishio. “Estamos fazendo com que a água se torne lixo, esse é o grande risco para o Brasil”. A água que acaba sendo desperdiçada poderia ser enviada para estações de tratamento que conseguem deixá-la a níveis até de potabilidade, além de permitir usos em outras etapas da cadeia, como para aquecimento e resfriamento. Nishio considera que existem chances dessa prática aumentar após a aprovação do Marco do Saneamento, que cria diretrizes nacionais para a regulamentação e aplicação da água de reuso. “O grande impacto para a indústria ao utilizar a água de reuso é que os seres humanos sempre vão produzir esgoto, e usar essa água tratada dentro dessa planta, em seus processos, faz com que você deixe de utilizar água das bacias e rios da região, sai do risco de escassez hídrica. Mas depende de uma infraestrutura de transporte para isso, e não é barata”, diz. Para Nishio, as empresas já possuem hoje diversas medidas internas que buscam economizar água, tornar processos mais eficientes e reaproveitar o recurso. Assim, é necessário sempre buscar a melhoria desses processos, mas também ir além. “Não adianta hoje a empresa fechar o circuito de água e achar que já fez sua parte, porque pode nem haver água para consumir”, afirma Ometto. Assim, ele defende ações que vão além de economias internas. Uma delas seria as próprias empresas investirem na melhora de tratamento de água nas cidades em que atuam, já que a melhora da qualidade de água também torna os processos mais eficientes. O