Professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP, Pedro Cortês, avalia que falta comunicação do governo de São Paulo e da SABESP junto à população

O principal reservatório de água para região metropolitana de São Paulo está em alerta. Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o volume do Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de 7 milhões de pessoas por dia, atingiu 38% de volume útil. Para o professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP, Pedro Cortês, a atual emergência hídrica na região é mais severa do que a enfrentada na década passada. “Ela é pior do que a de 2013 porque hoje nós temos 20% menos água armazenada do que no período anterior”, disse à CNN. Como solução, Cortês sugere que a Sabesp retome algumas ações, como a de bônus que premia a economia de água. “Portanto, quem gastasse até o limite da sua média mensal, teria um preço por metro cúbico menor do que a tarifa normal. E quem gastasse acima da média, teria uma sobretaxa em todo o consumo. Isso foi muito útil para reduzir o consumo”, explica. “A Sabesp tem uma ação com grandes consumidores, em que ela oferece uma tarifa diferenciada, desde que estes grandes consumidores, como shopping centers, indústrias, mantenham o consumo muito elevado. O que é um contra senso num momento de escassez que estamos enfrentando agora.” O professor avalia que falta comunicação do governo de São Paulo e da própria Sabesp junto à população a fim de informar com exatidão os dados e o real cenário, já que é provável que no final do ano os reservatórios estejam em 20%. “As diversas projeções que vêm sendo apresentadas pelo Comitês das Bacias Hidrográficas do PCJ, que atende Campinas, pelo Cemanden, e nas projeções da própria Sabesp, que foram apresentadas esta semana em um evento no Instituto de Estudos Avançados da USP, dão conta de uma gravidade muito grande, muito intensa. As projeções dão conta que nós poderemos chegar no final do ano com um volume pouco acima de 20%.” Além disso, ele acrescenta que apesar de evitarem o uso do termo “racionamento”, ele já vem sendo aplicado. “A Sabesp informa diariamente em seu site onde ela reduz a pressão para determinados bairros ao longo do dia, durante várias horas, e se a localidade é muito distante, chega a cortar essa água, e isso é uma forma de rodízio que vem já penalizando a população depois da crise hídrica e eu acredito que a SABESP venha a intensificar essa prática.” Fonte: CNN

Captação de água em Salto (SP) zera e moradores enfrentam torneiras secas

Quem tentou abrir a torneira para lavar a louça ou até cozinhar em Salto, cidade a 80km de São Paulo, não conseguiu fazer nada disso. Toda a cidade está hoje sem abastecimento de água porque a captação está praticamente zerada. Quando o auxiliar de produção Ricardo Porto, 32, que mora no bairro Jardim Primavera, foi se arrumar para trabalhar hoje, notou que algo estava errado. “Fui escovar os dentes e, quando abri a torneira, não saiu nada. Como sabia que aquela é de água que vem da rua, abri o chuveiro, que tem água da caixa, e tinha. Aí percebi que seria um dia difícil”, afirma. Não só para ele. Toda a cidade, que tem aproximadamente 120 mil habitantes, está sem água “pelos próximos dias”. A decisão foi tomada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), depois da avaliação de um índice preocupante. Aproximadamente 80% da cidade é abastecida pelo Ribeirão Piraí. Hoje, a água não chegou nem ao número 0 da régua de medição, e as bombas não conseguiam chegar no pouco que sobrou. “A equipe técnica que monitora o Plano de Racionamento, decidiu fechar a cidade toda, como medida emergencial, para evitar o colapso do sistema e conseguir recuperar o nível dos reservatórios para os próximos dias”, informa o órgão. Há 100 dias não chove no município, que já tinha adotado o racionamento há cerca de um mês. A partir de amanhã, inclusive, um esquema ainda mais rígido começa a funcionar. A cidade foi dividida em quatro grupos, considerando bairros mais populosos e os que ficam em áreas mais altas da cidade, e a divisão por ETA (Estações de Tratamento de Água). Um grupo de cada ETA ficará sem água das 8h às 20h. O outro grupo, das 20h às 20h do dia seguinte. “Falta chuva, o tempo está seco. Tem muita gente que desperdiça. Está complicado”, finaliza o auxiliar de produção. Falta de água na cidade vizinha Em Itu (SP), que fica ao lado de Salto, a falta d’água lembra a situação de 2014, quando houve até quebra-quebra e confusão durante protestos por causa do racionamento, que durou mais de 10 meses. “Vou ser sincera: tenho medo de ter que comprar um caminhão-pipa com os vizinhos de novo”, lamenta a empresária Daiane Alcântara, que vive no bairro de Jardim Novo Itu. Há sete anos, um grupo da rua se juntou para a comprar água de um caminhão-pipa para garantir o abastecimento nas casas. Na época, fez com que até as empresas do ramo tivessem que se adaptar à nova rotina. O novo rodízio de água começou em 1º de agosto, e foi aumentado na última quinta-feira. Agora, o abastecimento é feito um dia sim, dois dias não. Segundo a CIS (Companhia Ituana de Saneamento), quatro das nove bacias de captação de água estão com 5% da capacidade. Racionamento é “quase certo” em Valinhos Valinhos, na Região Metropolitana de Campinas (SP), é a primeira cidade da região a anunciar abertamente a possibilidade de racionamento, que será decidida nesta segunda-feira. Hoje falta água desde o começo da manhã nos bairros mais altos do município, que tem mais de 130 mil habitantes. Caminhões-pipa estão sendo utilizados para abastecer as caixas d’águas existentes nessas regiões, porém duas das quatro barragens municipais estão com menos de 30% da capacidade — uma delas está com apenas 5%. “Enfrentamos um cenário de estiagem severa, tal como todo o Sudeste do Brasil. Frente à soma de fatores de clima, falta de chuvas e alto consumo, Valinhos está sim caminhando ao sistema de rodízio de fornecimento de água”, disse o presidente do DAEV (Departamento de Água e Esgoto de Valinhos), Ivair Nunes Pereira. Fonte: Notícias UOL

Singapura se impõe como modelo mundial de tratamento de águas residuais

Quase 80% das águas residuais do mundo são despejadas na natureza sem nenhum tratamento, com todos os riscos à saúde que isso acarreta. Em um momento em que o aquecimento global ameaça nossos recursos hídricos, Singapura recicla 40% de suas águas residuais e quer aumentar ainda mais essa porcentagem Olhando para o clima em Singapura, é difícil perceber sique o país está sob estresse hídrico, admite o professor Shane Snyder, diretor do Instituto de Pesquisa Ambiental e Hídrica. “Chove o tempo todo, mas falta água, parece loucura! Mas faz sentido: Singapura é um país pequeno com uma das maiores densidades do mundo. Então não há espaço para coletar essa água da chuva. Há infraestrutura para dessalinizar a água do mar, mas isso consome muito mais energia do que reciclar a água residual”, explica. Assim, a água que vai para os vasos sanitários percorre quilômetros de canos, bombas, filtros e raios ultravioleta para então emergir límpida e potável nas torneiras de indivíduos e de muitas indústrias que precisam de água de pureza absoluta. Uma metamorfose sem fim da qual Singapura se orgulha, conforme mostrado em um vídeo da Agência Nacional de Águas. “Reciclar águas residuais é um pouco como mágica ou alquimia. Ninguém quer esgoto, e nós estamos transformando-o em um recurso útil e valioso”, orgulha-se o vídeo promocional. Bom investimento Para o professor Snyder, a maneira de Singapura economizar seus recursos hídricos é difícil de comparar e de replicar. “Muitas vezes as cidades esperam enfrentar crises ambientais terríveis para dizer a si mesmas: ‘provavelmente seria bom reciclar a água’. Mas, infelizmente, criar esse tipo de infraestrutura leva muito tempo”, explica o especialista. Singapura, por sua vez, investiu mais de € 6 bilhões para tentar tornar seus 728 quilômetros quadrados de terreno mais hidraulicamente independentes. Fonte: Bol

Você sabe o que significa ESG?

O termo ESG é a sigla, em inglês, para “Environmental, Social & Governance” que, traduzido para o português, significa Ambiental, Social e Governança. A expressão, geralmente, é usada para medir as práticas ambientais, sociais e de governança que uma empresa aplica,  demonstrando o quanto o negócio procura agregar de forma a: Minimizar seus impactos no meio ambiente; Construir um mundo mais justo e responsável para as pessoas à sua volta; Manter os melhores processos de administração. Por meio desses critérios, o termo ESG tem como meta ajudar a determinar melhor o desempenho financeiro futuro das empresas. Por que devemos nos importar com o ESG? Sustentabilidade ou resultados: quem disse que precisa escolher só um? Pois bem, engana-se quem pensa que construir um mundo mais sustentável não significa, também, ter bons resultados financeiros em uma empresa. Pelo contrário: cuidar do meio ambiente, ter responsabilidade social e adotar melhores práticas de governança são, sim, fatores que ajudam no balanço das empresas – e esse é um dos motivos para que a sigla ESG tenha se tornado popular. Aliás, os princípios da ESG vêm se mostrado lucrativos e interessantes para o mercado empresarial, já que, além de contribuir para um mundo mais ético, saudável e justo, mostraram-se associados a benefícios como redução de custos, solidez e resiliência – fatores mais que bem-vindos, especialmente, em um contexto de pandemia. Deste modo, empresas com o ESG implementado tem atraído cada vez mais investidores, sendo constantemente valorizadas. Desta forma, conseguimos entender que o valor agregado do ESG ajuda a maximizar retornos e minimizar riscos, construindo um mundo melhor no processo. Como funciona? Para um empresa estar adequada aos parâmetros do ESG, geralmente, são observados e estudados fatores como: Ambientais: uso de recursos naturais, emissões de gases de efeito estufa (CO2, gás metano), eficiência energética, poluição, gestão de resíduos e efluentes; Sociais: políticas e relações de trabalho, inclusão e diversidade, engajamento dos funcionários, treinamento da força de trabalho, direitos humanos, relações com comunidades, privacidade e proteção de dados; Governança: independência do conselho, política de remuneração da alta administração, diversidade na composição do conselho de administração, estrutura dos comitês de auditoria e fiscal, ética e transparência. ESG e investimentos   A tendência mundial é a adoção de práticas de ESG pelas companhias que pretendem permanecer rentáveis no mercado, em longo prazo . Isto, porque, além de ajudar a manter a lucratividade delas, os investidores estão de olho nessas iniciativas e as consideram cada vez mais prioritárias na hora de sua escolha para alocação de ativos. De forma mais resumida, ESG pode ser usado para investimentos com critérios de sustentabilidade e sobrevivência no longo prazo da companhia. Ou seja, em vez de analisar apenas índices financeiros, por exemplo, investidores também observam fatores ambientais, sociais e de governança de uma companhia. Isto, porque, os investidores procuram ativos seguros para investimento e hoje enxergam que, quando os parâmetros regidos pelos parâmetros do ESG não são obedecidos, as empresas tendem a ter lucro e vida útil menor, além de perder comparativamente para outras. Está curioso para saber mais sobre como aplicar nesse tipo de negócio? Então, no Brasil, uma boa alternativa para quem deseja investir em empresas comprometidas com a sustentabilidade são os fundos de investimento. Conhecidos como ‘fundos ESG’, não é de se estranhar que essa opção tem ganhado cada vez mais atenção, mesmo não chegando a ser uma novidade no mercado. Muitas entidades e ativistas já pressionam empresas e governos, há décadas, para diminuir emissões de carbono e poluentes. Hoje, as empresas buscam soluções e mudanças para se alinharem a este novo propósito.

Estudo indica que 8% da superfície terrestre pode afundar em menos de 20 anos

Até 2040, pelo menos 8% da superfície terrestre deve afundar, segundo um estudo publicado na revista científica Science. A pesquisa sugere que cerca de 12 milhões de quilômetros quadrados de terra estão ameaçados, com uma probabilidade de isso acontecer que passa dos 50% – e que afetaria mais de 635 milhões de habitantes. Segundo os pesquisadores, o problema será causado por um fenômeno geográfico conhecido subsidência, causado pelo rebaixamento da superfície de um terreno por conta da extração de água, petróleo e gás do subsolo subterrâneo. As áreas mais afetadas, de acordo com os estudos, serão as próximas a locais urbanos e irrigados, com alto nível de estresse de água e grande demanda em relação à água encontrada no subsolo, como, por exemplo, locais na Ásia e na América do Norte. “A subsidência reduz permanentemente a capacidade de estoque do sistema aqüífero, causando fissuras na terra, prejudicando prédios e infraestruturas civis, além de aumentar a suscetibilidade e o risco de inundações”, explicam os pesquisadores. A demanda por água subterrânea já tem causado implicações sérias para a humanidade – e deve aumentar nas próximas décadas. A cidade que afunda mais rápido no mundo inteiro está localizada no Irã e, a cada ano, fica 25 centímetros mais funda por conta de um bombeamento irregular. Na Europa, o local mais impactado são os Países Baixos, onde a subsidência é responsável por colocar 25% do país abaixo do nível do mar, o que aumenta o risco de inundações. Em outros continentes, como é o caso da África, da Austrália e da América do Sul, os riscos da subsidência são menores devido ao esgotamento das águas subterrâneas. Os maiores riscos para a população estão na Ásia (com 86% da população provavelmente exposta à subsidência) e na América do Norte e na Europa (ambos continentes com 9%). Os resultados, de acordo com os pesquisadores, mostra que 97% da população exposta globalmente está concentrada em 30 países – sendo que a Índia e a China são as líderes em termos de extensão e população exposta. Fonte: Exame

Por que falta água na Amazônia

No Brasil, o saneamento básico é um direito assegurado pela Constituição, mas, em pleno 2021, esse ainda é um dos nossos grandes desafios. Há pelo menos um ano, todo mundo fala em lavar as mãos como o cuidado mais básico para evitar o contágio pelo novo coronavírus. No entanto, para quase 35 milhões de brasileiros o abastecimento de água tratada não é uma realidade. Além disso, os números escancaram a diferença entre as regiões. Segundo o Trata Brasil, que faz um levantamento anual, enquanto no Sudeste mais de 90% da população tem água tratada, no Norte só 57% das pessoas têm acesso a esse serviço. Se falamos de esgoto, a situação na região é ainda pior: pouco mais de 10% da população é atendida por uma rede de coleta. Segundo o Trata Brasil, 633 milhões de pessoas no mundo continuam sem acesso a uma fonte de água potável e há 2,4 bilhões de pessoas no mundo vivendo sem saneamento adequado. Esse é um assunto tão importante que está entre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU — é o número 6 da lista. Voltando ao Brasil, a pergunta é: como pode ser possível que um país banhado por rios sofra com falta de água e esgoto? Basicamente, porque, historicamente, nossos governos não investiram o suficiente na construção e manutenção de infraestruturas que garantam esse abastecimento, especialmente nas regiões mais pobres, que também não são a prioridade de investimento do setor privado. “As carências de saneamento no nosso país estão justamente onde vivem as pessoas mais pobres, nas favelas, nos morros, nas palafitas, nas periferias das grandes cidades e na área rural, que não são localidades que garantem o lucro que o setor privado almeja”, explica o secretário-executivo do Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (Ondas), Edson da Silva. Ou seja, para que o desenvolvimento chegue a essas regiões, elas precisam, primeiro, ter infraestruturas básicas. O que podemos fazer para resolver o problema? Para Edson da Silva, a população que vive nas áreas mais carentes tem muito a nos ensinar sobre as soluções e o primeiro passo é ouvi-la. Além disso, ele acredita que o poder público precisa investir em um programa de revitalização dos operadores e garantir recursos perenes para essa área. Os números mostram que investir em saneamento compensa. A Organização Mundial da Saúde estima que, no Brasil, cada R$1 investido em saneamento poderia gerar uma economia de R$4 na saúde. Se falarmos em Amazônia, por exemplo, no lugar de investir em projetos milionários com alto impacto social e ambiental, fica claro que nossos governos precisam, primeiro, pensar em obras de infraestrutura que realmente melhorem a qualidade de vida de quem vive na região. Além disso, precisamos lembrar que a parte social é um pré-requisito para resolver a questão ambiental. Afinal, o investimento em infraestrutura também gera outros empregos que não sejam relacionados à destruição da floresta. Empregos esses que são pulverizados em várias localidades e não em um só lugar, como na construção de uma hidrelétrica. E muitos desses postos de trabalho são permanentes, com pessoas que vão trabalhar na manutenção da rede de saneamento e toda a cadeia do turismo, que também se torna um investimento mais interessante onde há infraestrutura básica. Esse é o assunto do sétimo episódio do podcast Infraestrutura Sustentável, que foca na Amazônia, mas também explica porque o Novo Marco Legal do Saneamento, aprovado em julho de 2020, não contribui muito para melhorar a situação. O programa pode ser ouvido no Spotify e também no site do GT Infra. “Um país só atinge o seu grau pleno de desenvolvimento quando ele não tiver mais nenhum homem, nenhuma mulher, nenhum idoso e nenhuma criança sem acesso à água e ao esgoto”, afirma Edson da Silva. Fonte: Exame

Pior crise hídrica em 91 anos impulsiona mercado de GNL no Brasil

A pior crise hídrica do Brasil em quase um século tem impulsionado a demanda do país por gás natural liquefeito. Com a menor geração de energia hidrelétrica, o país tem recorrido às usinas termelétricas, em parte, dependentes do combustível importado. Os desembarques de GNL dos EUA bateram recorde neste ano e a Petrobras está buscando mais quatro carregamentos da commodity no mercado à vista. A baixa dos reservatórios acontece em meio ao declínio da produção de gás da Bolívia, o maior fornecedor do Brasil. A estiagem também afeta outros países da América do Sul. O Chile está no mercado em busca de GNL e operadores especulam que a Argentina pode ser a próxima. “A América do Sul está ficando sem energia hidrelétrica por causa do clima seco, e não ficaria surpreso se compradores de toda a região estiverem comprando mais GNL”, disse Henning Gloystein, diretor global de energia e recursos naturais da consultoria Eurasia Group. “Além do Sudeste Asiático e da Índia, a América do Sul é uma área em crescimento para a demanda por gás.” As usinas hidrelétricas respondem por cerca de 70% da energia produzida no Brasil. Com a falta de chuvas, o país já importou 34 carregamentos de GNL dos EUA nos últimos seis meses, segundo dados compilados pela Bloomberg. Como comparação, 17 cargas foram enviadas para o Chile e apenas quatro para o México, durante muito tempo o principal cliente dos americanos no hemisfério ocidental. As importações brasileiras se aproximam dos níveis tipicamente vistos apenas por clientes da Ásia e da Europa. Há mais por vir. A Petrobras busca dois carregamentos para julho e mais dois para agosto, de acordo com tradings a par da licitação. A GNL Chile também quer comprar uma carga para meados de julho, enquanto a Argentina, com a chegada do inverno, pode em breve lançar uma terceira licitação para comprar o combustível nesta temporada, disseram operadores. Dependente do clima Resta saber por quanto tempo o aumento da demanda vai durar. As chuvas podem retornar e reabastecer os reservatórios, disse Ross Wyeno, analista de GNL da S&P Global Platts. Os reservatórios hidrelétricos do Brasil estavam cerca de 45% cheios em uma base média ponderada, em comparação com a média de cinco anos de cerca de 53%, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). “Embora o Brasil tenha importado muito GNL dos EUA este ano, não é um comprador consistente, já que sua demanda é em grande parte impulsionada pela produção de energia hidrelétrica”, disse Wyeno. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tem uma visão diferente. Segundo ele, o país continuará sendo um grande mercado para o GNL nos próximos anos, principalmente devido ao papel fundamental do combustível na transição energética. A participação da energia hidrelétrica na matriz energética do Brasil deve cair para 49% até o final da década em relação a 70% agora, segundo o Ministério de Energia. O gás natural pode aumentar sua fatia no mercado dos atuais 6% para 15%. De olho no potencial do mercado brasileiro, a New Fortress Energy adquiriu no começo do ano uma série de ativos de gás no país que pertenciam a uma parceria entre a Golar LNG e a Stonepeak, em uma transação avaliada em US$ 3,1 bilhões. “O gás terá uma expansão natural nos próximos 10 anos”, disse Albuquerque. “O mercado brasileiro é competitivo porque tem grande demanda. Há oportunidades para todos.” Fonte: Exame

REÚSO É O PROCESSO DE UTILIZAÇÃO DA ÁGUA POR MAIS DE UMA VEZ, TRATADA OU NÃO, PARA O MESMO OU OUTRO FIM. ESSA REUTILIZAÇÃO PODE SER DECORRENTE DE AÇÕES PLANEJADAS OU NÃO.

A água de reúso tratada é produzida dentro das estações de tratamento e pode ser utilizada para inúmeros fins, como em empresas de geração de energia, de refrigeração de equipamentos e em diversos processos industriais.  Pode, também, ser aproveitada por prefeituras, setor hoteleiro e entidades que usam a água de reuso para lavagem de ruas e pátios, para  irrigação/rega de áreas verdes, desobstrução de rede de esgotos e de águas pluviais e para lavagem de veículos.A escassez de água nos grandes centros urbanos e o aumento de custos para sua captação  posterior tratamento cada vez mais complexo  devido ao aumento do grau de poluição das fontes de água, faz do reúso de água um tema de enorme importância nos dias atuais. VantagensA grande vantagem da utilização da água de reúso é a de preservar água potável exclusivamente para atendimento de necessidades que exigem a sua potabilidade, como para o abastecimento humano. Entre outras vantagens,  está a redução do volume de esgoto descartado e a redução dos custos com água e esgoto e energia elétrica para acionar as estações de bombeamento.A água já utilizada (água residuária) é coletada e encaminhada, por meio de tubulações, a uma central de tratamento. Depois de tratada e com seus parâmetros de qualidade ajustados à finalidade a que se destina, a água é encaminhada para o consumo de reúso. No caso dos efluentes domésticos, pode-se fazer o reúso do esgoto bruto e da chamada água cinza, que é a parte do esgoto que vem de chuveiros, lavatórios e lavagem de roupas, excluindo-se o que vem de vasos sanitários e de cozinhas.Na maior parte dos casos de reúso em empreendimentos comerciais e residenciais, privilegia-se o reúso da água cinza, que é coletada em tubulações separadas das demais, que levam a água para o ponto onde fica instalado o sistema de tratamento. Em geral, a central de tratamento fica na parte baixa dos prédios e a água, após tratamento, é bombeada, de volta, para o abastecimento dos pontos de consumo de água não potável, como a descarga de vasos sanitários, rega de jardins e canteiros, lavagem de pisos e calçadas, reposição de água em sistemas de refrigeração, lavagem de veículos.De acordo com Sibylle Muller, engenheira da AcquaBrasilis Meio Ambiente, empresa especializada no tratamento de esgoto doméstico, o principal benefício do reúso de água é preservar os recursos hídricos do Planeta e permitir que a chamada água potável seja direcionada apenas para as finalidades mais nobres, como as de consumo humano e animal e as de contato direto com as pessoas.“Tendo em vista os altos preços da água potável e, substituindo-se por água de reúso, os volumes de água geralmente usados em todos os fins em que a potabilidade não é necessária reduz-se o volume de consumo de água comprado das concessionárias de águas e esgotos e, garante-se ao empreendedor/usuário, uma enorme economia financeira pela redução de sua conta de água”, ressalta.“Nas indústrias, por exemplo, ao mesmo tempo em que agrega uma dimensão econômica ao planejamento econômico dentro da sua política de gestão dos recursos hídricos, acrescenta também a boa prática ambientalmente correta, valorizando os seus produtos e marca junto aos seus consumidores”, explica Luiz Abrahão, engenheiro de tecnologias e processos da Veolia Water Brasil. Fonte: UnoChapeco

A Microsoft vai repor mais água do que consome até 2030

A água é essencial para a vida. Dependemos disso para nossa sobrevivência. A necessidade básica moldou como as sociedades humanas avançaram ao longo do tempo. Os exploradores dos tempos pré-colombianos e da antiguidade até os exploradores da NASA seguiram o lema “siga a água”, pois buscaram e continuam buscando descobrir novas oportunidades para a expansão da civilização humana. Embora a água seja abundante – cobrindo 70% da superfície da Terra – 97% dessa água é salgada, localizada em nossos oceanos, e não é adequada para beber ou usar para o cultivo. A água doce do mundo não é igualmente distribuída ou acessível e é encontrada desproporcionalmente em lugares onde as pessoas não vivem. E à medida que a civilização humana se expandiu, alcançamos o ponto global em que a humanidade esgota o suprimento de água doce disponível a uma taxa de 4,3 trilhões de metros cúbicos a cada ano – a maioria dos quais vai para usos agrícolas e industriais. Isso precisa mudar. É por isso que estamos anunciando um compromisso ambicioso para que a Microsoft seja positiva para o consumo de água em nossas operações diretas até 2030. Estamos lidando com nosso consumo de água de duas maneiras: reduzindo a intensidade do uso de água – ou a água que usamos por megawatt de energia usado para nossas operações – e reabastecimento nas regiões com escassez de água em que operamos. Isso significa que em 2030 a Microsoft irá repor mais água do que consome globalmente. Assim como em nossos outros compromissos ambientais, esperamos que esses passos ajudem a contribuir para um movimento crescente a fim de atender às necessidades de sustentabilidade do mundo. Mais impulso é claramente necessário. Atualmente, de acordo com a Água das Nações Unidas (UN-Water), mais de dois bilhões de pessoas não têm acesso a água potável. E as mudanças climáticas estão apenas intensificando essa escassez de água. A UN estima que uma em cada quatro pessoas pode viver em um país afetado pela escassez crônica de água doce até 2050. De acordo com o Banco Mundial, esta redução na disponibilidade de água doce induzida pelo clima, juntamente com o aumento da demanda, poderia reduzir a disponibilidade de água nas cidades em mais de 66% até 2050. Superar a crise mundial da água exigirá uma redução na quantidade de água que os humanos usam para operar as economias e sociedades, bem como um esforço concentrado para garantir que haja água suficiente nos lugares em que ela é mais necessária. Isso exigirá uma transformação na forma como gerenciamos nossos sistemas de água e um esforço conjunto para que todas as organizações prestem contas e equilibrem seu uso de água. Como uma empresa de tecnologia global, a Microsoft está preparada para atuar em ambas as questões, assumindo a responsabilidade pelo nosso próprio uso de água e fazendo parcerias para ajudar outros a fazer o mesmo a partir de plataformas tecnológicas. No ano passado, comprometemos a Microsoft a se tornar uma empresa de carbono negativo e desperdício zero, que está construindo uma nova plataforma de computação planetária para transformar a maneira como monitoramos, modelamos e, por fim, gerenciamos os sistemas naturais da Terra. Nossa promessa hoje com relação ao consumo de água adiciona um quarto pilar a esse trabalho. E, como em nossas outras áreas, estamos comprometidos não apenas em definir metas ambiciosas para nós mesmos, mas em usar a tecnologia para ajudar melhor nossos clientes a fazerem o mesmo Positivos em água até 2030 Até 2030 seremos positivos em água, o que significa que reporemos mais água do que usaremos. Faremos isso colocando de volta mais água em bacias com escassez do que a nossa quantidade de consumo global de água em todas as bacias. A quantidade devolvida será determinada pela quantidade de água que usamos e quão escassa está a bacia. Nossa estratégia de reposição incluirá investimentos em projetos como restauração de pântanos e remoção de superfícies impermeáveis como asfalto, o que ajudará a repor a água nas bacias que mais precisam. Concentraremos nossos esforços de reposição em cerca de 40 bacias altamente escassas onde temos operações. Isso reflete uma avaliação baseada na ciência das bacias hidrográficas do mundo. A maior parte da água doce do mundo é dividida em 16.396 bacias, cada uma das quais com uma pontuação de acordo com o “parâmetro de escassez hídrica” do World Resources Institute (WRI), uma organização líder em pesquisa global sem fins lucrativos que se concentra em recursos naturais. Uma bacia é considerada “altamente escassa” se a quantidade de água retirada exceder 40% do fornecimento renovável. Globalmente, existem 4.717 bacias que se enquadram nesta categoria. Todo esse trabalho se baseará em nossos investimentos contínuos e avançará na redução e reposição de água em nossas operações. Isso inclui um padrão de sustentabilidade em toda a Microsoft que exige a conservação de água em todos os locais do mundo. Isso inclui: Nosso novo campus no Vale do Silício, a ser inaugurado no final deste ano na Califórnia, apresenta um sistema de coleta de água da chuva no local e uma estação de tratamento de resíduos para garantir que 100% da água não potável do local venha de fontes recicladas no local. Um sistema integrado de gestão de água irá gerenciar e reutilizar as águas pluviais e residuais. Ao reciclar nossa água, o campus economizará cerca de 4,3 milhões de galões de água potável por ano. Quase do outro lado do mundo, nosso novo campus em Herzliya, Israel, possui encanamentos que economizam água e aumentam a economia de água em 35%. Além disso, 100% da água coletada dos ar-condicionados será usada para regar as plantas no local. Na Índia, nosso prédio mais novo no campus de Hyderabad suportará 100% do tratamento e reutilização de águas residuais no local para paisagismo, descarga e para a torre de resfriamento. No redesenho da nossa sede em Puget Sound, todos os novos edifícios reutilizarão a água da chuva coletada em instalações de descarga e em sistemas de baixo fluxo. O local foi projetado para economizar mais

A falta de água agora e no futuro

A água utilizável é e continuará sendo um bem cada vez mais disputado no planeta. Atualmente, embora muito se fale em globalização, distribuição de recursos, a realidade que se apresenta é triste. Quase 750 milhões de pessoas no mundo não possuem acesso a uma fonte segura de água potável. Como se não bastasse, a demanda por esse precioso bem irá aumentar em 400 por cento até o ano de 2050, tendo como base os índices de consumo do ano de 2000. Os dados foram divulgados neste mês de março pelas Nações Unidas, em Nova Déli, na Índia. Segundo o estudo apresentado, o planeta pode enfrentar um déficit de 40% no abastecimento de água até 2030 caso os modelos de consumo, utilização e descarte da água não mudem, tanto na área doméstica quanto na da agricultura, da indústria e da energia. “Há um consenso internacional de que a água e o saneamento são essenciais para a realização dos objetivos de desenvolvimento sustentável. Eles estão intrinsecamente ligados às alterações climáticas, agricultura, segurança alimentar, saúde, energia, igualdade, gênero e educação”, disse Michel Jarraud, Presidente da UN-Water e Secretário Geral da Organização Meteorológica Mundial. O estudo também alerta para a intensificação das disputas hídricas. Conflitos interestaduais e regionais também podem surgir devido à escassez de água e má gestão. Atualmente, 158 das 263 bacias hidrográficas transfronteiriças não têm qualquer tipo de gestão cooperativa. Neste sentido, cada dia mais, torna-se necessária a implementação de efetivas políticas públicas e privadas visando o bom uso da água em todas as relações sociais e humanas. Faz-se necessário que a questão da responsabilidade ambiental se torne parte integrante de todas as políticas econômicas e produtivas da humanidade. Somente assim, com uma efetiva gestão da água é que as pessoas poderão afastar o fantasma da escassez que passou a assombrar nos tempos atuais. Fonte: INBS