Setor de saneamento acelera em alcançar meta do marco legal

Em 29 de julho, o jornal Valor Econômico revelou que estão previstos R$ 111 bilhões em novas concessões para saneamento de água e esgoto em 12 estados do país. Entre os projetos em estudo, destacam-se grandes iniciativas em Pernambuco e Pará, que serão leiloadas pelo BNDES ainda este ano. Esses investimentos oferecem uma nova esperança para alcançar as metas do Marco Legal do Saneamento, criado em 2020. O Marco Legal visa garantir acesso à água potável para 99% da população e tratamento de esgoto para 90% até 2033. No entanto, o estudo “Avanços do Novo Marco Legal do Saneamento Básico no Brasil de 2024”, do Instituto Trata Brasil, indica que, com o ritmo atual, a universalização só será alcançada em 2070. Acesso ao saneamento básicoO estudo também aponta que aproximadamente 32 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à água potável e mais de 90 milhões carecem de coleta de esgoto, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde a situação é mais crítica. “Embora as metas do Marco Legal do Saneamento sejam ambiciosas, especialmente com o prazo de 2033, os investimentos recentes em novas concessões trazem otimismo para o setor. Com o suporte adequado e a continuidade desses esforços, podemos acelerar o alcance das metas”, afirma Sibylle Muller, engenheira civil especialista em saneamento e CEO da NeoAcqua. A grande disparidade no acesso a serviços básicos evidencia a necessidade urgente de acelerar investimentos e implementar projetos eficazes. A falta de saneamento adequado afeta não só a saúde pública, mas também a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico das comunidades. Desafios“Estamos a menos de uma década do prazo para alcançar a universalização do saneamento, um compromisso que o Brasil assumiu com seus cidadãos. No entanto, ainda enfrentamos grandes desafios, como o fato de que cinco capitais do Norte e três do Nordeste tratam menos de 35% do esgoto gerado. Os investimentos em concessionárias são cruciais para reverter esse cenário e mitigar o problema”, destaca Sibylle Muller. O sucesso desses projetos pode melhorar significativamente a infraestrutura de saneamento e trazer benefícios para a saúde pública e a qualidade de vida das populações mais vulneráveis. Se os investimentos não forem robustos ou houver uma desaceleração nos projetos, o país poderá enfrentar sérios problemas de saúde pública e aumentar as desigualdades regionais. Portanto, é essencial que o Brasil mantenha o foco e a urgência na realização dessas metas para garantir um futuro mais saudável e sustentável para todos os brasileiros.
Assim como o Sena, como funciona a despoluição de um rio?

Agosto de 2024 – O Rio Sena, um dos mais icônicos símbolos de Paris, ressurgiu nas Olimpíadas de 2024 após um século de contaminação. Graças a um ambicioso projeto de despoluição, com um investimento de 1,4 bilhões de euros (cerca de 7,3 bilhões de reais), suas águas foram revitalizadas, permitindo a realização de competições aquáticas, como o triatlo, durante os Jogos Olímpicos. Mas como foi possível restaurar a qualidade da água de um rio que, por mais de um século, foi poluído por esgoto industrial e resíduos urbanos? A resposta reside em uma série de esforços coordenados e na aplicação de tecnologias inovadoras. Cerca de 10 anos atrás, teve início o processo de purificação do Sena, que incluiu, entre outras ações, a implementação dos “jardins filtrantes”. Essas áreas verdes são projetadas para filtrar e tratar a água de maneira natural, utilizando plantas que removem poluentes e melhoram sua qualidade. Este processo, combinado com o tratamento avançado de esgoto e a redução das fontes de poluição, foi essencial para que o Sena pudesse voltar a ser um rio limpo e saudável. Um dos pilares fundamentais desse processo foi é a coleta e o tratamento adequado de esgoto antes do seu lançamento no curso d’água. Para garantir a despoluição efetiva, foi necessário implementar sistemas de tratamento de esgoto eficientes e descentralizados, que eliminam contaminantes antes que a água seja devolvida ao ambiente natural. Sem essa etapa crítica, qualquer esforço de despoluição estaria fadado ao fracasso, pois a principal fonte de poluição continuaria a comprometer a qualidade da água. “A despoluição de um rio requer uma abordagem multifacetada, que pode incluir desde o controle e tratamento de esgotos até a reintrodução de vegetação nativa e a restauração de ecossistemas ribeirinhos. Cada rio possui suas particularidades, mas o exemplo do Sena demonstra que, com a combinação certa de recursos, tecnologias e vontade política, é possível reverter décadas de degradação ambiental e devolver à população um recurso hídrico vital”, comenta Sibylle Muller, engenheira civil e CEO da NeoAcqua, empresa de referência em sistemas de tratamento e reuso de água e esgoto. Além de serem uma solução sustentável, os jardins filtrantes ajudam a restabelecer o equilíbrio ecológico do rio, promovendo a purificação da água de forma contínua e natural. Essa abordagem provou ser eficaz na recuperação do Sena, contribuindo significativamente para que o rio voltasse a ser seguro para atividades recreativas e esportivas. Conforme destaca Sibylle Muller, além dos “jardins filtrantes”, outros processos desempenham papéis cruciais na recuperação de rios como o Sena. A dragagem e a retenção de resíduos sólidos, através de técnicas como a dragagem contínua do fundo dos rios, o gradeamento e a instalação de separadores de sólidos, são igualmente importantes. Esses métodos são focados na remoção de objetos e detritos do fundo do rio e na prevenção de que resíduos sólidos entrem no curso d’água, ajudando a manter a qualidade da água e a evitar novas contaminações. Sibylle Muller ressalta que, embora todas essas técnicas sejam fundamentais, o passo mais crucial na despoluição de um rio é a melhoria da qualidade da água que nele é despejada. “Para iniciar um processo de despoluição eficaz, é essencial interromper a poluição na fonte ou garantir que toda a água despejada no rio seja tratada adequadamente por sistemas de tratamento de esgoto descentralizados antes de ser devolvida ao ambiente natural”, explica Muller.
Com R$ 111 Bilhões em concessões, setor de saneamento acelera em alcançar meta do marco legal

Recentemente, o jornal Valor Econômico revelou que estão previstos R$ 111 bilhões em novas concessões para saneamento de água e esgoto em 12 estados do país. Entre os projetos em estudo, destacam-se grandes iniciativas em Pernambuco e Pará, que serão leiloadas pelo BNDES ainda este ano. Esses investimentos oferecem uma nova esperança para alcançar as metas do Marco Legal do Saneamento, criado em 2020. O Marco Legal visa garantir acesso à água potável para 99% da população e tratamento de esgoto para 90% até 2033. No entanto, o estudo “Avanços do Novo Marco Legal do Saneamento Básico no Brasil de 2024″, do Instituto Trata Brasil, indica que, com o ritmo atual, a universalização só será alcançada em 2070. O estudo também aponta que aproximadamente 32 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à água potável e mais de 90 milhões carecem de coleta de esgoto, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde a situação é mais crítica. “Embora as metas do Marco Legal do Saneamento sejam ambiciosas, especialmente com o prazo de 2033, os investimentos recentes em novas concessões trazem otimismo para o setor. Com o suporte adequado e a continuidade desses esforços, podemos acelerar o alcance das metas”, afirma Sibylle Muller, engenheira civil especialista em saneamento e CEO da NeoAcqua. A grande disparidade no acesso a serviços básicos evidencia a necessidade urgente de acelerar investimentos e implementar projetos eficazes. A falta de saneamento adequado afeta não só a saúde pública, mas também a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico das comunidades. “Estamos a menos de uma década do prazo para alcançar a universalização do saneamento, um compromisso que o Brasil assumiu com seus cidadãos. No entanto, ainda enfrentamos grandes desafios, como o fato de que cinco capitais do Norte e três do Nordeste tratam menos de 35% do esgoto gerado. Os investimentos em concessionárias são cruciais para reverter esse cenário e mitigar o problema”, destaca Sibylle Muller. O sucesso desses projetos pode melhorar significativamente a infraestrutura de saneamento e trazer benefícios para a saúde pública e a qualidade de vida das populações mais vulneráveis. Se os investimentos não forem robustos ou houver uma desaceleração nos projetos, o país poderá enfrentar sérios problemas de saúde pública e aumentar as desigualdades regionais. Portanto, é essencial que o Brasil mantenha o foco e a urgência na realização dessas metas para garantir um futuro mais saudável e sustentável para todos os brasileiros.
Marco do Saneamento: Uso de sistemas compactos e descentralizados ajudam no cumprimentos das metas

Sibylle Muller, CEO da NeoAcqua, destaca a contribuição dos sistemas descentralizados para o futuro de uma sociedade mais sustentável Os dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) revelam que, embora 84% dos brasileiros tenham acesso à água, apenas 56% estão conectados à rede de esgoto e 45% tem seu esgoto tratado antes de devolvido ao meio ambiente. Essa disparidade reflete os desafios que o Brasil enfrenta no setor de saneamento básico, especialmente diante da urgência em atender às metas estabelecidas pelo Marco Legal do Saneamento. Uma estratégia promissora para superar esses desafios é a adoção de sistemas de tratamento de esgoto mais compactos e descentralizados, que possam tratar o esgoto em local próximo de sua geração, contribuindo assim para uma melhor cobertura e eficiência do serviço. De acordo com Sibylle Muller, CEO da NeoAcqua, é de extrema importância buscar soluções que permitam atender, com baixo custo e eficiência, os desafios do saneamento: “Os sistemas descentralizados podem atender populações de pequeno e médio porte, são fabricados em plástico reforçado com fibra de vidro, de grande durabilidade e, instalados perto dos locais de geração do esgoto, evitam a necessidade de extensas redes de coleta e estações elevatórias para levar o esgoto até as estações de tratamento centralizadas, às vezes, distantes” explica. A aplicação de sistemas compactos e descentralizados acompanha a tendência da industrialização da construção civil por meio de sistemas projetados e montados em fábrica, com simples e rápida instalação in loco. A simplicidade e agilidade de instalação em campo, aliadas a investimentos relativamente baixos e boa eficiência contribuem para o cumprimento das metas do Marco do Saneamento. Com isso, ao longo do tempo, com o aumento das estações descentralizada, será possível avançar na cobertura de atendimento à população, promovendo melhorias significativas no saneamento básico em todo o país. Além disso, o avanço na implementação desses sistemas tem um impacto direto no bem-estar e na saúde pública dos brasileiros. À medida que as metas do Marco do Saneamento são alcançadas, há uma redução na contaminação por águas não tratadas, promovendo um ambiente mais saudável e seguro para todos os cidadãos. “No entanto, os desafios para implementar esses sistemas não devem ser subestimados, especialmente no que diz respeito aos investimentos necessários. Superar esses desafios requer um compromisso contínuo com recursos financeiros e estratégias eficientes de gestão”, finaliza Sibylle.