Com R$ 111 Bilhões em concessões, setor de saneamento acelera em alcançar meta do marco legal

Recentemente, o jornal Valor Econômico revelou que estão previstos R$ 111 bilhões em novas concessões para saneamento de  água e esgoto em 12 estados do país. Entre os projetos em estudo, destacam-se grandes iniciativas em Pernambuco e Pará, que serão leiloadas pelo BNDES ainda este ano. Esses investimentos oferecem uma nova esperança para alcançar as metas do Marco Legal do Saneamento, criado em 2020.

Marco Legal visa garantir acesso à água potável para 99% da população e tratamento de esgoto para 90% até 2033. No entanto, o estudo “Avanços do Novo Marco Legal do Saneamento Básico no Brasil de 2024″, do Instituto Trata Brasil, indica que, com o ritmo atual, a universalização só será alcançada em 2070. O estudo também aponta que aproximadamente 32 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à água potável e mais de 90 milhões carecem de coleta de esgoto, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde a situação é mais crítica.

“Embora as metas do Marco Legal do Saneamento sejam ambiciosas, especialmente com o prazo de 2033, os investimentos recentes em novas concessões trazem otimismo para o setor. Com o suporte adequado e a continuidade desses esforços, podemos acelerar o alcance das metas”, afirma Sibylle Muller, engenheira civil especialista em saneamento e CEO da NeoAcqua.

A grande disparidade no acesso a serviços básicos evidencia a necessidade urgente de acelerar investimentos e implementar projetos eficazes. A falta de saneamento adequado afeta não só a saúde pública, mas também a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico das comunidades.

“Estamos a menos de uma década do prazo para alcançar a universalização do saneamento, um compromisso que o Brasil assumiu com seus cidadãos. No entanto, ainda enfrentamos grandes desafios, como o fato de que cinco capitais do Norte e três do Nordeste tratam menos de 35% do esgoto gerado. Os investimentos em concessionárias são cruciais para reverter esse cenário e mitigar o problema”, destaca Sibylle Muller.

O sucesso desses projetos pode melhorar significativamente a infraestrutura de saneamento e trazer benefícios para a saúde pública e a qualidade de vida das populações mais vulneráveis. Se os investimentos não forem robustos ou houver uma desaceleração nos projetos, o país poderá enfrentar sérios problemas de saúde pública e aumentar as desigualdades regionais. Portanto, é essencial que o Brasil mantenha o foco e a urgência na realização dessas metas para garantir um futuro mais saudável e sustentável para todos os brasileiros.

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