Estação compacta trata água de poço e garante segurança em casas e empresas

O uso de água de poço é uma realidade em diversas regiões do Brasil. Segundo um levantamento do Instituto Trata Brasil, divulgado em 2019, existem aproximadamente 2,5 milhões de poços artesianos no país, com 17,5 bilhões de m³ de água bombeada por ano. Ainda de acordo com o estudo, 52% dos municípios brasileiros são abastecidos total ou parcialmente por águas subterrâneas, sendo que em 48% das cidades com até 10 mil habitantes esse recurso é a única opção de abastecimento. Embora o poço artesiano pareça ser uma solução prática e acessível para o abastecimento de água potável, ele deve atender as exigências legais na fase de outorga, bem como, ter seus parâmetros de qualidade monitorados ao longo de sua vida útil. “O consumo de água de poço implica alguns cuidados. A água extraída de fontes subterrâneas pode estar contaminada com uma variedade de substâncias nocivas, como bactérias, vírus, parasitas, metais pesados e produtos químicos. Os diversos contaminantes podem causar problemas de saúde, como irritação da pele, problemas respiratórios e gastrointestinais e até doenças mais graves. A presença de ferro e manganês na água pode causar manchas nos dentes, roupas e louças, além de gerar sabor e odor desagradáveis na água. Nitratos e resíduos de pesticidas ou fertilizantes, também podem ocorrer, especialmente em áreas agrícolas. Por isto, é importante fundamentar o projeto de um sistema de tratamento, em uma análise da qualidade da água, com mapeamento dos possíveis contaminantes a serem removidos”, comenta Sibylle Muller, engenheira civil e CEO da NeoAcqua, empresa especializada no desenvolvimento e instalação de estações de tratamento de águas e efluentes, dimensionados de acordo com a necessidade de cada cliente. A especialista explica que uma Estação de Tratamento de Água (ETA) para consumo humano deve atender o padrão de potabilidade do Ministério da Saúde, Portaria GM/MS nº 888 de 2021, que apresenta limites permitidos para os parâmetros de qualidade de água. No caso de ETAs para tratamento de água de poço com baixo teor de contaminantes e baixas vazões, pode-se projetar uma ETA compacta, de baixo custo, com processos simplificados de filtração, adsorção, correção de pH e desinfecção. Esse tipo de tratamento é possível para residências, empresas e qualquer estabelecimento que utilize água de poço”, esclarece Muller. Em resumo, o uso de água de poço é seguro para consumo humano, desde que o sistema de tratamento seja adequadamente dimensionado e que a água tratada tenha a sua qualidade monitorada ao longo do tempo para garantir a saúde e a segurança de quem a consome. A instalação de um sistema de tratamento de água corretamente projetado, montado e instalado constitui solução eficiente e acessível, tanto para residências, quanto para comércios e indústrias, assegurando que a água seja tratada e livre de contaminantes prejudiciais. Fonte: https://www.folhavitoria.com.br/economia/constroi-es/noticias/estacao-compacta-trata-agua-de-poco-e-garante-seguranca-em-casas-e-empresas/

Assim como o Sena, como funciona a despoluição de um rio?

Agosto de 2024 – O Rio Sena, um dos mais icônicos símbolos de Paris, ressurgiu nas Olimpíadas de 2024 após um século de contaminação. Graças a um ambicioso projeto de despoluição, com um investimento de 1,4 bilhões de euros (cerca de 7,3 bilhões de reais), suas águas foram revitalizadas, permitindo a realização de competições aquáticas, como o triatlo, durante os Jogos Olímpicos. Mas como foi possível restaurar a qualidade da água de um rio que, por mais de um século, foi poluído por esgoto industrial e resíduos urbanos? A resposta reside em uma série de esforços coordenados e na aplicação de tecnologias inovadoras. Cerca de 10 anos atrás, teve início o processo de purificação do Sena, que incluiu, entre outras ações, a implementação dos “jardins filtrantes”. Essas áreas verdes são projetadas para filtrar e tratar a água de maneira natural, utilizando plantas que removem poluentes e melhoram sua qualidade. Este processo, combinado com o tratamento avançado de esgoto e a redução das fontes de poluição, foi essencial para que o Sena pudesse voltar a ser um rio limpo e saudável. Um dos pilares fundamentais desse processo foi é a coleta e o tratamento adequado de esgoto antes do seu lançamento no curso d’água. Para garantir a despoluição efetiva, foi necessário implementar sistemas de tratamento de esgoto eficientes e descentralizados, que eliminam contaminantes antes que a água seja devolvida ao ambiente natural. Sem essa etapa crítica, qualquer esforço de despoluição estaria fadado ao fracasso, pois a principal fonte de poluição continuaria a comprometer a qualidade da água. “A despoluição de um rio requer uma abordagem multifacetada, que pode incluir desde o controle e tratamento de esgotos até a reintrodução de vegetação nativa e a restauração de ecossistemas ribeirinhos. Cada rio possui suas particularidades, mas o exemplo do Sena demonstra que, com a combinação certa de recursos, tecnologias e vontade política, é possível reverter décadas de degradação ambiental e devolver à população um recurso hídrico vital”, comenta Sibylle Muller, engenheira civil e CEO da NeoAcqua, empresa de referência em sistemas de tratamento e reuso de água e esgoto. Além de serem uma solução sustentável, os jardins filtrantes ajudam a restabelecer o equilíbrio ecológico do rio, promovendo a purificação da água de forma contínua e natural. Essa abordagem provou ser eficaz na recuperação do Sena, contribuindo significativamente para que o rio voltasse a ser seguro para atividades recreativas e esportivas. Conforme destaca Sibylle Muller, além dos “jardins filtrantes”, outros processos desempenham papéis cruciais na recuperação de rios como o Sena. A dragagem e a retenção de resíduos sólidos, através de técnicas como a dragagem contínua do fundo dos rios, o gradeamento e a instalação de separadores de sólidos, são igualmente importantes. Esses métodos são focados na remoção de objetos e detritos do fundo do rio e na prevenção de que resíduos sólidos entrem no curso d’água, ajudando a manter a qualidade da água e a evitar novas contaminações. Sibylle Muller ressalta que, embora todas essas técnicas sejam fundamentais, o passo mais crucial na despoluição de um rio é a melhoria da qualidade da água que nele é despejada. “Para iniciar um processo de despoluição eficaz, é essencial interromper a poluição na fonte ou garantir que toda a água despejada no rio seja tratada adequadamente por sistemas de tratamento de esgoto descentralizados antes de ser devolvida ao ambiente natural”, explica Muller.

Empreendimentos sustentáveis com reúso de água emergem como uma solução crucial nas novas construções

Com a crescente pressão para adotar práticas ambientais mais responsáveis e a conscientização sobre a escassez de recursos naturais, os empreendimentos sustentáveis com reuso de água emergem como uma solução crucial nas novas construções. Esses projetos integram práticas e tecnologias inovadoras voltadas para a economia e reutilização de água, desempenhando um papel essencial na redução do consumo de água potável e na minimização dos impactos ambientais associados à construção e operação de edifícios. Os empreendimentos sustentáveis com reuso de água são iniciativas que adotam uma série de estratégias para otimizar o uso dos recursos hídricos. Essas abordagens não apenas visam a preservação ambiental, mas também a diminuição dos custos operacionais e a criação de ambientes construídos mais eficientes e responsáveis. Ao empregar tecnologias que permitem a captura, tratamento e reutilização de água, esses projetos minimizam a dependência de água potável e aliviam a pressão sobre os sistemas de abastecimento e esgoto. Entre as tecnologias empregadas estão os tratamentos da água da chuva e de reuso, além de dispositivos economizadores nos pontos de consumo, como sanitários com caixa acoplada, torneiras e chuveiros. Essas soluções são fundamentais para a preservação dos recursos hídricos, ajudando a reduzir os custos operacionais e aumentar a eficiência dos empreendimentos.  Sibylle Muller, CEO da NeoAcqua, empresa de referência em sistemas de tratamento e reuso de água e esgoto, ressalta a importância da inovação na gestão hídrica. Ela afirma: “A captura da água da chuva, o reuso de águas cinzas e o uso de dispositivos eficientes são essenciais para reduzir o consumo de água potável e desenvolver soluções sustentáveis que beneficiem o meio ambiente e os empreendimentos. Além disso, promover a conscientização e educar sobre essas práticas é crucial para garantir a conservação dos nossos recursos hídricos.” A seguir, a especialista apresenta cinco estratégias essenciais para transformar um empreendimento em um modelo de sustentabilidade no uso da água: Captura e reuso da água da chuva: A captura da água da chuva é uma técnica eficaz para a gestão sustentável dos recursos hídricos. Instalando calhas e tanques de armazenamento, é possível coletar e utilizar a água da chuva para irrigação, abastecimento de sistemas de climatização e lavagem de áreas externas. Sistemas de filtragem garantem que essa água seja segura para usos não potáveis, ajudando a reduzir a demanda por água potável e promovendo a conservação dos recursos hídricos. Reuso de águas cinzas: Separar e tratar águas cinzas, que provêm de lavatórios, chuveiros e máquinas de lavar, permite sua reutilização em aplicações não potáveis. Esses sistemas garantem que as águas cinzas sejam empregadas na irrigação de jardins e na lavagem de áreas externas, reduzindo o consumo de água potável e aliviando a carga sobre os sistemas de esgoto, além de contribuir para a conservação dos recursos hídricos. Tecnologia e aparelhos eficientes: Adotar dispositivos de baixo fluxo em torneiras, chuveiros e sanitários, e escolher aparelhos que consomem menos água e energia, é essencial para a gestão sustentável da água. Essas tecnologias não apenas reduzem a pegada hídrica e energética, mas também diminuem custos operacionais e melhoram a sustentabilidade geral dos sistemas de água. Eficiência na irrigação: Implementar sistemas de irrigação por gotejamento é uma abordagem altamente eficaz para fornecer água diretamente às raízes das plantas, minimizando o desperdício. O reaproveitamento da água da chuva e das águas cinzas para irrigação também aumenta a eficiência e reduz a dependência de água potável, melhorando a saúde das plantas e a produtividade das áreas verdes. Paisagismo sustentável: O paisagismo sustentável é uma abordagem eficaz para economizar água e promover a saúde ambiental. Ao optar por plantas nativas e adaptadas ao clima local, você escolhe espécies que são naturalmente resilientes e requerem menos água para prosperar. Essas plantas estão bem ajustadas às condições climáticas e ao tipo de solo da região, o que reduz a necessidade de irrigação frequente e minimiza o uso de água. Além disso, o paisagismo sustentável contribui para a preservação da biodiversidade local e melhora a eficiência dos recursos hídricos, criando ambientes mais naturais e de baixo impacto ambiental. Essas práticas e estratégias não só ajudam a construir empreendimentos mais sustentáveis, mas também desempenham um papel crucial na preservação dos recursos naturais e na criação de um futuro mais responsável e eficiente em relação ao uso da água.

Descentralização do tratamento pode ajudar o Brasil na desigualdade de acesso a esgoto

A descentralização do tratamento de esgoto pode ser uma solução eficaz para enfrentar a crise de saneamento básico no Brasil. Atualmente, cerca de 90 milhões de brasileiros vivem sem acesso à coleta de esgoto, destacando a urgência de novas abordagens para lidar com o problema do despejo indevido de esgoto. Os dados são do Ranking do Saneamento de 2024, publicados pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados e apresentam um retrato da situação do saneamento nos 100 municípios mais populosos do Brasil. Esses dados demonstram que sistemas alternativos descentralizados podem ser eficazmente implantados em áreas não atendidas pelos sistemas tradicionais, ajudando a acabar com o despejo de esgoto indevido no país. Vantagens da descentralização “A descentralização oferece várias vantagens, como a redução de custos operacionais, maior flexibilidade na implementação de soluções personalizadas e a possibilidade de atender rapidamente áreas sem infraestrutura adequada. Além disso, esses sistemas podem ser mais sustentáveis e menos dependentes de grandes investimentos em infraestrutura centralizada”, comenta Sibylle Muller, CEO da NeoAcqua. A NeoAcqua, empresa  focada na fabricação e implantação de sistemas para o tratamento e reuso de águas e esgotos domésticos próximos aos seus pontos de geração, é pioneira na implementação de sistemas descentralizados para o tratamento de esgotos. A empresa propõe que esses sistemas, especialmente em áreas não atendidas pelos sistemas tradicionais, podem ser a solução para a desigualdade no saneamento que abrange o país de forma desigual. Um sistema descentralizado de tratamento de esgoto funciona através da implementação de unidades de tratamento menores, localizadas próximas aos pontos de geração do esgoto, como residências, condomínios, comunidades ou indústrias. Esse sistema trata o esgoto localmente, por meio de diversas tecnologias. Após o tratamento, a água pode ser reutilizada ou descartada de forma segura no meio ambiente. Esse modelo reduz a necessidade de grandes redes de coleta e infraestrutura centralizada, proporcionando uma solução mais rápida, econômica e sustentável, especialmente em áreas rurais ou de baixa densidade populacional. Tecnologias Políticas públicas que incentivem a adoção de sistemas descentralizados e investimentos em pesquisa e desenvolvimento para aprimorar tecnologias eficientes são cruciais. “O Brasil enfrenta um desafio monumental na área de saneamento básico e é essencial explorar todas as opções disponíveis. A descentralização do tratamento de esgoto pode desempenhar um papel crucial na universalização do acesso a saneamento adequado e na proteção do meio ambiente”, afirma Sibylle. Além de reduzir custos operacionais,  estações de tratamento descentralizadas  permitem eficiência e manutenção mais simples que estações de tratamento centralizadas,  tornando-se uma solução econômica e sustentável. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, cada real investido em saneamento economiza nove reais em saúde, evidenciando os benefícios de um sistema de tratamento mais acessível e eficaz.

Reutilização de Águas Cinzas

A reutilização de águas cinzas, provenientes de atividades como banho e lavagem de mãos, é uma solução sustentável que reduz o consumo de água potável e traz benefícios ambientais. Tratadas e purificadas, essas águas podem ser usadas para irrigação de jardins, descarga de vasos sanitários e limpeza de pisos. Além de reduzir custos de água, essa prática valoriza imóveis, classificando-os como construções sustentáveis, algo valorizado no mercado imobiliário. A NeoAcqua, líder em fabricação e implantação de sistemas para tratamento e reuso de águas e esgotos domésticos, é pioneira com mais de 15 anos de experiência no desenvolvimento de sistemas de reuso de águas cinzas. A empresa projetou e instalou mais de 180 estações de tratamento de água cinza (ETACs) em empreendimentos residenciais, comerciais e hoteleiros no Brasil. As águas cinzas, captadas por tubulação independente, passam por tratamento biológico, filtragem e desinfecção para eliminar microorganismos patogênicos. Após o tratamento, são armazenadas em tanques e utilizadas para irrigação de jardins, descarga de vasos sanitários e limpeza de pisos. A distribuição é feita por um sistema de encanamento separado do das águas potáveis, garantindo reutilização segura e eficiente, contribuindo para a conservação de recursos hídricos e redução do consumo de água potável. “O aproveitamento de águas cinzas não apenas conserva recursos hídricos, mas também reduz o consumo de água potável. Na NeoAcqua, desenvolvemos sistemas integrados que tratam e reutilizam águas residuais de forma eficiente, valorizando propriedades ao promover práticas sustentáveis. Projetar construções com a inclusão de sistemas de reuso de águas cinzas traz economia e satisfação aos usuários, além de posicionar os imóveis como construções sustentáveis, um atributo cada vez mais valorizado pelo mercado imobiliário moderno”, comenta Sibylle Muller, CEO da NeoAcqua.

Novo marco do saneamento básico aumentará geração de empregos

Com a aprovação do novo marco do saneamento básico, a economia deve ser movimentada com a modernização do setor. A meta é gerar por volta de 700 mil empregos no País nos próximos 14 anos, de acordo com o Ministério da Economia. O professor Rudinei Toneto, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, explica que o aumento dos investimentos na área pode gerar efeitos diretos e indiretos. “A estimativa é que haja dois tipos de impacto. Com o aumento das extensões de rede de água e esgoto, isso gerará empregos diretos, relacionados à manutenção, atendimento e administração do projeto. Além disso, a elevação dos investimentos na área também gerará empregos durante o processo, com a necessidade de profissionais da construção civil, da indústria de materiais de construção, projetistas, engenheiros, entre outros”, explica Toneto. Ele acredita que o crescimento do número de empregados também gerará o “efeito multiplicador”, gerando a criação de empregos adicionais, relacionados às necessidades daqueles que trabalharão diretamente na operação dos novos serviços. A participação do setor privado, prevista pelo novo marco, também contribuirá com uma maior capacidade de gestão dos recursos, assim como maior segurança regulatória, fornecendo maior garantia ao investidor, por consequência, movimentando a economia. Entretanto, o professor ressalta alguns desafios na implementação dessas modernizações, incluindo a quantidade de recursos financeiros necessários, o detalhamento do projeto e os problemas atuais do serviço, e também a necessidade de qualificação de pessoal técnico. Fonte: Jornal da USP.

Reúso é indicado para lavagem de piso, bacias sanitárias e rega de plantas

A água clara gerada por aparelhos de ar-condicionado é uma solução viável para usos não potáveis, como lavagem de piso, bacias sanitárias e rega de áreas verdes. A conclusão é de uma pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) entre os anos de 2018 e 2020. A pesquisa “Avaliação da viabilidade de uso e aceitação social da água clara gerada por aparelhos de ar-condicionado” foi realizada pela pesquisadora Jéssika de Oliveira, com suporte dos professores Williame Farias, Tarciso Cabral, Cristina Crispim e Gilson Barbosa. A análise se deu por meio de coletas em equipamentos de climatização instalados no campus I da UFPB, em João Pessoa. “Buscando averiguar o volume gerado, coletou-se água de 38 aparelhos de potências variadas, entre 7.500 e 80.000 BTU/h, localizados em seis tipos de ambientes: auditório, bibliotecas, copiadoras, salas administrativas, salas de aulas e laboratórios. Mesmo sem tratamento especial, a água clara gerada apresentou-se como uma solução bastante viável”, conta Jéssika. Economia A pesquisadora da UFPB afirma que, de maneira sistêmica, planejada e bem projetada, é possível, com o aproveitamento do recurso saindo do ar-condicionado, além de atender questões ambientais, obter economia financeira na instituição. “Boa parte da água utilizada na UFPB é oriunda da concessionária de abastecimento de água. Com a crescente escassez hídrica, fontes alternativas de água vêm surgindo ano após ano. Como um exemplo dessas fontes, tem-se o vapor d’água e as gotículas presentes no ar atmosférico, que são extraídas por máquinas através da condensação do ar”, explica. Segundo Jéssika, os aparelhos de ar-condicionado usam processos bem similares ao das máquinas de condensação do ar, mas, comumente a água – nomeada pela NBR 16.783/2019 de água clara – é desprezada. “Surgiu a ideia de averiguar o volume e a qualidade da água clara gerada por esses aparelhos de climatização, tão usuais ao nosso cotidiano. Através das 188 coletas na UFPB, foi observado que, quanto maior a potência dos aparelhos, maior tende de ser o volume gerado”, diz a pesquisadora. Pesquisa Na análise realizada pela pesquisa, foram coletadas, por exemplo, vazões entre 0,20 e 6,81 L/h (Litro por hora), dos aparelhos de 7.500 e 80.000 BTU/h, respectivamente. No entanto, os pesquisadores registraram vazões com valores discrepantes em um mesmo aparelho ou em aparelhos de potência idêntica. “Logo, foi notado que, além da potência, a umidade relativa do ar, principalmente do ar interno, e a carga térmica (calor sensível e calor latente) do local também têm influência sobre o volume gerado”, destaca. Jéssika de Oliveira argumenta que as discrepâncias no volume de água dos aparelhos idênticos podem acontecer diante de fatores como fluxo de pessoas, instalações mais próximas à entrada do local e funcionamento ininterrupto dos aparelhos. Também por causa de possíveis pontos de infiltração de ar. Os equipamentos dispersadores de ar, releva a pesquisadora da UFPB, tendem a elevar ou diminuir a carga térmica e a umidade relativa do local e, consequentemente, o volume produzido. Já a marca dos aparelhos, segundo ela, aparentou nenhuma influência na mudança da quantidade produzida. LEIA TAMBÉM: PETROBRAS: REFINARIA DUQUE DE CAXIAS (REDUC) PASSA A UTILIZAR ÁGUA DE REÚSO E REDUZ EM ATÉ 5% DO CONSUMO DE ÁGUA BRUTA DA REFINARIA. Na pesquisa, com intuito de auxiliar projetos que visem o uso dessa fonte alternativa, uma equação foi construída para estimar a vazão produzida de água clara através da umidade relativa do ar interno e da potência dos aparelhos. Para verificar a qualidade da água clara, foram coletadas amostras em seis aparelhos, sendo feita a análise dos parâmetros em parceria com a Coordenadoria de Medições Ambientais, da Superintendência e Administração do Meio Ambiente (Sudema). “Os parâmetros físicos e químicos analisados (cor, turbidez, pH, condutividade e sólidos totais dissolvidos) estão todos em conformidade com a NBR 16.783/2019, a norma pertinente às fontes alternativas de água, e com os padrões estabelecidos na legislação referente à potabilidade da água”, ressalta. Quanto à análise microbiológica da água dos aparelhos de ar-condicionado, distingue Jéssika, houve a presença de “coliformes termotolerantes” em todas as amostras. Mas os valores se mostraram abaixo dos limites permitidos pela norma brasileira NBR 16.783/2019. “Com um simples tratamento, filtração e cloração, passa a haver possibilidade de conformidade quanto à potabilidade da água”, acredita a pesquisadora da UFPB. Recurso No trabalho, foi analisada também a percepção ambiental da população sobre a água clara. Os pesquisadores constataram que o ar-condicionado é um item bastante comum no dia-a-dia de 137 participantes da pesquisa. “99,3% dos participantes afirmaram ter contato com ambientes climatizados (automóveis também foram considerados) pelo menos uma vez por semana. Apesar disso, apenas 23% já usaram ou usam a água clara, sendo a rega de jardins e lavagem de áreas externas os usos mais comuns”, acentua Jéssika. A pesquisadora da UFPB assevera que, quando questionados sobre o possível volume gerado por um aparelho de 12.000 BTU/h, 76% dos participantes da pesquisa responderam que seria menor que 1L/h. “Na pesquisa realizada foram registradas vazões médias de 1,137 a 2,047 L/h. Logo, pode-se notar que, apesar de ser tão usual, o “subproduto” gerado pelo processo de climatização ainda é um recurso pouco observado e explorado”, contrasta Jéssika. A partir de um inventário disponibilizado pela Gerência de Manutenção e Equipamentos (GME) da UFPB, os pesquisadores constataram uma quantidade de 3.258 aparelhos do modelo split na instituição. Os aparelhos com potências de 12.000, 18.000 e 24.000 BTU/h foram os mais presentes. “Pela pesquisa realizada, esses aparelhos possuem vazões médias de água clara entre 1,37 e 2,41 L/h, sendo o volume produzido escoado para o sistema de esgoto. Ou ainda, de forma errônea, despejado nas calçadas, o que pode causar até danos às estruturas das edificações”, lamenta a pesquisadora da UFPB. Fonte: Jornal da Paraíba.

Empresa privada de saneamento reduz desperdício de água pela metade

O sistema de abastecimento de água no Brasil, com a maior parte do volume (70%) gerido por companhias públicas, perde, em média, 38% do produto com vazamentos e ligações clandestinas na distribuição. Em alguns estados, como Roraima, o desperdício chega a 75%, de acordo com dados do setor —a média, na região Norte, é de 60%. O prejuízo causado pelas perdas em todo o país é estimado em R$ 10 bilhões por ano. Empresas privadas conseguem a reduzir o desperdício a menos da metade (16%). As novas regras de saneamento vão permitir a privatização mais ampla de serviços. Imagine uma montadora que produz dez carros e joga fora quatro. Há duas formas de perda: a física, por vazamentos, e a não física, por roubo de água, com ligações clandestinas e medidores de água descalibrados.Paula Vilela, pesquisadora da USP (Universidade de São Paulo) Na Bahia, desperdício de 40% a 50% Na Bahia, a Embasa, empresa pública de saneamento básico, oferece cobertura para 79% dos domicílios em distribuição de água e 36% dos domicílios em tratamento de esgoto, entre 368 dos 417 municípios baianos. A taxa de desperdício local é de 40% a 50% da água tratada pelas estações da companhia, a maior parte por inadimplência, segundo o secretário estadual de Infraestrutura Hídrica e Saneamento, Leonardo Góes Silva. Segundo ele, com o novo marco regulatório do Saneamento Básico, sancionado no último dia 15 e que prevê a abertura comercial do setor, a Embasa deve promover a venda de 49% do capital da empresa na Bolsa, para melhorar a eficiência da empresa. Estamos estudando parcerias no intuito de alavancar investimentos e cumprir as metas estabelecidas no novo marco legal. O Estado brasileiro, sozinho, não me parece capaz de fazer os investimentos necessários para universalizar o acesso aos serviços do setorLeonardo Góes Silva Limeira (SP): universalização e desperdício de 1º mundo Em Limeira (SP), a primeira concessão do setor à iniciativa privada no Brasil, há 25 anos, rendeu a universalização do acesso ao sistema de água e esgoto antes da meta prevista no Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), de 2013, que prevê tais benefícios para, respectivamente, 99% e 90% da população brasileira até 2033. Atualmente, 35 milhões de brasileiros não têm acesso a água tratada e 100 milhões, às redes de esgoto. “Em Limeira, já está universalizado”, comenta o diretor-regional da BRK Ambiental em São Paulo, Fernando Mangabeira, responsável pela operação no interior paulista. “Agora, estamos aprimorando o tratamento de esgoto, de forma terciária, em função de uma tecnologia holandesa que permite a remoção de 95% dos poluentes.” A companhia está presente em 12 estados e 112 municípios brasileiros, nos quais investe em média R$ 1 bilhão por ano. A média anual de todo o investimento público do setor no país é de R$ 12 bilhões. O nível de desperdício de água da operação em Limeira é equiparável aos melhores sistemas de tratamento de água do mundo: 16%. No ano passado, a empresa investiu R$ 35 milhões na redução de perdas. Até 2024, pretende investir R$ 250 milhões em todas as operações para manter ou reduzir o desperdício. Em Campo Grande, desperdício caiu de 57% para 19% Em Campo Grande (MS), a Aegea, empresa privada presente em 12 estados e 57 cidades, atingiu a universalização do sistema de distribuição de água municipal com R$ 1,2 bilhão em investimentos desde 2010. O desperdício foi reduzido de 57% para 19%. O serviço de esgotamento atende, hoje, 80% da população, segundo o vice-presidente de relações institucionais da companhia, Rogério Tavares. No mundo inteiro, você tem perdas de água, inclusive no Japão. É impossível reduzir as perdas a zero. Um bom resultado é de 15% a 20%.Rogério Tavares “No lado do setor público, depende de quem você está falando. Há perdas na ordem de 60%. Mas também tem perdas parecidas como a nossa de Campo Grande. A perda média é de 38%”, lembra. Procurada pela reportagem, a Sabesp, responsável pelo abastecimento em São Paulo e maior operadora pública do setor no país, não se manifestou até a publicação deste texto. Eficiência exige fiscalização Para os especialistas do setor, a abertura comercial que será promovida pelo novo marco regulatório, por meio de parcerias público-privadas (PPPs) e concessões, é a melhor forma de reduzir o desperdício e aumentar a eficiência dos sistemas de distribuição e tratamento de água e esgoto no Brasil. Hoje, as empresas privadas investem duas vezes mais que as empresas públicas com as mesmas tarifas, o que é um bom indicador de eficiênciaPaula Vilela, pesquisadora da USP Nos sistemas de esgotamento, o problema é a fiscalização do despejo irregular nos rios, segundo o pesquisador Carlos Eduardo Tucci, da UFRJ. A proporção da carga lançada nos rios continua muito alta. A questão principal não é se a empresa é pública ou privada, mas se o serviço é bom. O que garante se o serviço é bom é fiscalização, com amostragem. Grande parte do serviço público não tem fiscalização. No abastecimento, a segurança é um pouco maior. Mas, no esgoto, esse padrão é baixo.Carlos Eduardo Tucci “O mercado passará por uma transição. A eficiência vai aumentar desde que haja uma boa regulação”, declara. FONTE: https://economia.uol.com.br/noticias

Conta de água vai ficar 3,4% mais cara a partir de agosto em SP.

Reajuste para usuários da Sabesp vinha sendo adiado há três meses. Publicado no Diário Oficial desta quinta, aumento entra em vigor em 30 dias A conta de água vai ficar 3,4% mais cara para clientes da Sabesp em todo o estado de São Paulo em agosto. A Arsesp (Agência Regulatória de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) anunciou o reajuste das tarifas de água e esgoto. A medida foi publicada no Diário Oficial de São Paulo nesta quinta-feira (16) e entra em vigor em 30 dias. De acordo com a Arsesp, o reajuste vinha sendo adiado há três meses. O valor leva em conta um reajuste tarifário anual de 2,4924% e um ajuste compensatório de 0,8881%. Usuários da Sabesp podem ser beneficiados pela tarifa social. O benefício vale para quem tem renda familiar de até 3 salários mínimos, que habita com a família uma área útil construída de 60 m², tem consumo de energia elétrica de até 170 kWh/mês. A regra também se aplica a quem está desempregado e recebeu última remuneração de no máximo de 3 salários mínimos – neste caso o período máximo de concessão da tarifa é de 12 meses. O benefício vale ainda para quem mora em habitação coletiva considerada social, como cortiços e unidades verticalizadas. Em nota, a Sabesp disse que, sobre o reajuste, a companhia esclarece que cumpre o que determina a Arsesp e que o reajuste anual foi postergado para este mês de julho. Ainda segundo a Sabesp, em função da pandemia, este ano o reajuste, que seria em maio, foi adiado por três meses para ultrapassar a parte mais difícil da quarentena. Fonte: R7 Saiba como reduzir a conta de água do seu condomínio ou empresa com as soluções da AcquaBrasilis.

BRF moderniza estação de tratamento de efluentes em Francisco Beltrão/PR

Companhia investiu mais de R$ 15 milhões para aprimorar o sistema utilizado na unidade A BRF, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, modernizou o sistema de tratamento de efluentes na unidade de Francisco Beltrão (PR) e investiu mais de R$ 15 milhões na iniciativa. Para promover melhorias, a empresa passa a utilizar o sistema de lodo ativado, tecnologia conhecida e empregada em diversos sistema de tratamento de efluentes. O sistema de lodo ativado é um processo biológico aeróbico que ocorre dentro de um tanque de aerado. Após este tanque, o efluente é enviado a um decantador, cuja função é separar o (clarificado) efluente tratado dos sólidos em suspensão (lodo biológico). Parte do lodo biológico é recirculado ao tanque de aeração a fim de aumentar a concentração de microrganismos para maior remoção da carga orgânica. O clarificado do decantador (efluente tratado) é então destinado ao corpo receptor. Aproveitamento de lodo O excesso de lodo, decorrente do crescimento biológico, é extraído do sistema, centrifugado e destinado para empresa de compostagem licenciada, onde é transformado em fertilizante. Os lodos ativados é um sistema que não produz odor e nem aerossóis que possam prejudicar o meio ambiente e interferir na comunidade vizinha. “A BRF entende que a gestão de efluentes gerados na atividade industrial é de extrema importância para controlar os impactos ambientais, beneficiando também a comunidade, atuando de forma alinhada aos compromissos da BRF, de segurança, qualidade e integridade”, conta Paulo Lesskiu, gerente da unidade de Francisco Beltrão da BRF. A capacidade de tratamento do novo sistema instalado é de 700 m³/h. Atualmente, são tratados em média 350 m³/h de efluente, que ele integralmente é devolvido para o Rio Santa Rosa. Com a operação deste novo sistema, a unidade deixará de emitir mais de 2.200 toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO2e), contribuindo para uma menor geração de gases do efeito estufa. Fonte: BRF.